Historia

Historia

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Revisão UFRN 2011 – Parte 2 (Objetivas)

1. Meu avô francês foi feito prisioneiro pelos prussianos em 1870; meu pai alemão foi feito prisioneiro pelos franceses em 1918; eu, francês, fui feito prisioneiro pelos alemães em junho de 1940, e depois, recrutado à força pela Wehrmacht [exército alemão] em 1943, fui feito prisioneiro pelos russos em 1945.

(Memórias de um mineiro loreno.)

O texto configura a situação política de regiões européias marcadas

A) por disputas iniciadas no processo de unificação política da França.

B) pelo projeto do Estado francês de revidar a derrota imposta pela Rússia.

C) por lutas entre nações pelo domínio de regiões ricas em petróleo.

D) pela instabilidade e redefinições de fronteiras dos países europeus.

E) pela vitória francesa na guerra franco-prussiana no século XIX.

2. Esta Capitania [do Rio de Janeiro] tem um rio muito largo e fermoso; divide-se dentro em muitas partes, e quantas terras estão ao longo dele se podem aproveitar, assim para roças de mantimentos como para cana-de-açúcar e algodão (...) E por tempo hão de se fazer nelas grandes fazendas: e os que lá forem viver com esta esperança não se acharão enganados.

(Pêro de Magalhães Gândavo. História da Província de Santa Cruz ou Tratado da Terra do Brasil, 1576.)

O texto refere-se

A) ao projeto da administração portuguesa de transferir a capital da Colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.

B) à incompetência da elite econômica e política da metrópole portuguesa, que desconhece as possibilidades de crescimento econômico da Colônia.

C) ao perigo de fragmentação política da Colônia do Brasil, caso o território permaneça despovoado na sua faixa litorânea.

D) à necessidade de ocupação econômica da Colônia, tendo em vista a ameaça representada pela Inglaterra e pela Espanha.

E) ao vínculo entre o povoamento de regiões da Colônia do Brasil e as atividades econômicas de subsistência e de exportação

3. Considerando-se as reduções, ou missões, jesuítico-guaranis fundadas no início do século XVII, na América do Sul, é INCORRETO afirmar que

A) entraram em conflito com os encomenderos da América Espanhola e com os bandeirantes, que penetravam na região com o objetivo de aprisionar e escravizar os indígenas.

B) resistiram às pressões das Coroas Espanhola e Portuguesa e continuaram a existir até o fim do período colonial, tendo sido destruídas por ocasião dos movimentos de independência.

C) se estabeleceram na região platina, em áreas fronteiriças dos Impérios Espanhol e Português, que correspondem, atualmente, a territórios do Paraguai, do nordeste da Argentina e do sul do Brasil.

D) tinham por objetivo a cristianização dos índios guaranis, que foram concentrados em comunidades aldeãs, administradas pelos jesuítas, sob rígida organização e disciplina de trabalho.

4. O ano de 1848 ficou célebre em razão da onda de revoluções que varreu, então, a Europa evento denominado Primavera dos Povos. O objetivo maior dos revolucionários de toda parte era alcançar a liberdade e combater a opressão; em algumas regiões, porém, as palavras de ordem reivindicavam, também, o fim do jugo estrangeiro, ou seja, demandavam autonomia para as nações.

Considerando-se os eventos ocorridos em 1848 e suas conseqüências, é CORRETO afirmar que,

A) na Alemanha, se instalou, com sucesso, uma República parlamentar, que aboliu as instituições imperiais e consolidou a unidade do país.

B) na França, se proclamou, outra vez, a República, mas Luís Napoleão Bonaparte, o Presidente eleito, instituiu, por meio de um golpe, o II Império.

C) na Inglaterra, uma série de greves gerais colocou em xeque a Monarquia, que precisou recorrer à Lei Marcial para recobrar a ordem.

D) na Rússia, os revolucionários ocuparam o poder durante alguns meses, o que provocou reação sangrenta e guerra civil.

5. O Reinado de D. Pedro II foi marcado por ações que demonstravam o interesse da Monarquia em estimular o crescimento intelectual da nação.

Considerando-se essa informação e outros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que, entre as principais ações nesse sentido, se destaca

A) a criação de instituições de ensino – como a Escola de Minas de Ouro Preto, que, embora voltada à formação das elites, cumpriu importante função na pesquisa e na prospecção de minerais.

B) a fundação do Museu da Inconfidência – um museu-escola –, que representou um ato de reparação aos mineiros pela perda, no processo de devassa da Inconfidência Mineira, de seus ilustres intelectuais.

C) o financiamento da vinda da Missão Artística Francesa, que se propôs estimular e ensinar as mais diversas formas de expressão artística a artistas brasileiros.

D) o resgate e proteção do Barroco Mineiro – e, conseqüentemente, de Aleijadinho, seu principal representante – como forma de valorização da produção cultural brasileira.

6. Ironizando a vida política brasileira no Segundo Império, o escritor Machado de Assis, no dia 1º de dezembro de 1861, escreveu no Diário do Rio de Janeiro:

O que há de política? É a pergunta que naturalmente ocorre a todos, e a que me fará o meu leitor, se não é ministro. O silêncio é a resposta. Não há nada, absolutamente nada. A tela da atualidade política é uma paisagem uniforme; nada a perturba, nada a modifica. Dissera-se um país onde o povo só sabe que existe politicamente quando ouve o fisco bater-lhe à porta.

Apud ALENCAR, Francisco et al. História da sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985. p. 151.

O texto de Machado de Assis se refere à

A) opressão exercida contra a população brasileira, com a cobrança de impostos destinados à manutenção de uma corte dispendiosa.

B) censura que vigorou no período imperial, decorrente da forma autoritária como o Imperador conduzia os destinos do país.

C) permanência das elites no poder, garantida pela convergência de interesses entre os partidos liberal e conservador.

D) indiferença da classe política brasileira pelos problemas relacionados à administração do Estado.

7. O poema que, posteriormente, transformou-se no Hino da Proclamação da República foi composto por Joaquim Medeiros de Albuquerque e divulgado pela primeira vez em 26 de novembro de 1889, no jornal Diário do Comércio, do Rio de Janeiro. Os versos a seguir fazem parte desse hino e expressam a concepção de intelectuais brasileiros do final do século XIX e início do século XX acerca do futuro da nação:

Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós,

Das lutas na tempestade

Dá que ouçamos tua voz

Nós nem cremos que escravos outrora

Tenha havido em tão nobre País...

Hoje o rubro lampejo da aurora

Acha irmãos, não tiranos hostis.

Somos todos iguais! Ao futuro

Saberemos, unidos, levar

Nosso augusto estandarte que, puro,

Brilha, ovante, da Pátria no altar!

Uma das idéias da intelectualidade brasileira no período, sintetizada nesses versos, é que

A) a igualdade entre as diversas etnias seria conquistada pelas minorias exploradas por meio das lutas contra a discriminação social.

B) a crueldade da escravidão negra deveria ser enfatizada na memória nacional a fim de estimular o respeito das futuras gerações às diferenças étnicas.

C) a preservação dos traços de todas as etnias que compuseram o povo brasileiro permitiria a formação de uma nação democrática.

D) a base para a construção de um Brasil grandioso estaria no fato de não haver diferenças sociais entre os grupos étnicos.

8. A política expansionista dos árabes, durante os séculos VII e VIII d. C., possibilitou-lhes o contato cultural com diferentes civilizações. Com relação ao tratamento dado a essas civilizações, os árabes

A) estimulavam, nos territórios dominados, a diversificação dos costumes por meio da religião.

B) controlavam hábitos culturais e práticas religiosas dos povos de todas as regiões conquistadas.

C) respeitavam costumes e crenças das nações dominadas, permitindo-lhes manter sua identidade cultural.

D) promoviam intensa assimilação entre os povos dominados, por meio da cultura e da religião.

9. José de Anchieta, missionário jesuíta, veio da Europa, no século XVI, com o objetivo de evangelizar as populações indígenas no Brasil. Acerca dos índios, assim ele escreveu:

Pouco se pode obter deles se a força do braço secular não acudir para domá-los. Para esse gênero de gente não há melhor pregação do que a espada e a vara de ferro.

Apud COTRIM, Gilberto. História e consciência do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 28.

O depoimento citado expressa idéias que serviram de base para o (a)

A) projeto de manutenção da cultura dos povos nativos levado a cabo pela Companhia de Jesus, apesar do conflito com as autoridades coloniais.

B) tratamento dado pelos portugueses aos povos nativos, proibindo sua escravização em todo o território da colônia e importando africanos para a lavoura açucareira.

C) política da Coroa portuguesa, que reunia os nativos nas reduções ou aldeamentos, onde ficavam a salvo dos ataques dos colonos interessados em sua escravização.

D) conquista dos povos nativos, impondo-lhes o idioma, a religião, o direito e o modelo econômico e político dominante entre os europeus.

10. A definição de um território nacional é uma construção histórica. Os limites que deram a configuração atual do território brasileiro deveram-se principalmente à

A) penetração da colonização portuguesa na bacia do Rio São Francisco, que era território dos espanhóis, onde se estabeleciam os currais de gado.

B) celebração do Tratado de Tordesilhas, o qual definiu um meridiano para dividir as terras do continente americano entre os espanhóis e os portugueses.

C) assinatura do Tratado de Madri, que atendeu às reivindicações dos portugueses em relação à Bacia Amazônica e concedeu-lhes os Sete Povos das Missões.

D) vitória dos espanhóis nas Guerras Guaraníticas, o que obrigou os portugueses a lhes entregar o território da Província Cisplatina.

GABARITO

1. D / 2.E / 3. B / 4. B / 5. A / 6. C / 7. D / 8.C / 9. D / 10. C

Nenhum comentário:

Postar um comentário