Historia

Historia

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Revisão UFRN 2011 – Parte 1 (Objetivas)

Ta chegando o vestibular da UFRN 2011, só 1 semana, agora é hora de desacelerar e relaxar. Por isso preparei algumas questões dos mais variados assuntos pra relembrar temas mais importantes com o intuito de ajudar você meu querido leitor. Então vamos deixar de blá blá blá e vamos ao trabalho. Dividi em 3 partes hoje (terça, 23) amanhã (quarta, 24) e quinta (25) com 15 questões cada dia. Então vamos começar.

1. É preciso dizer que, com a superioridade excessiva que proporcionam a força, a riqueza, [...] [os muito ricos] não sabem e nem mesmo querem obedecer aos magistrados [...] Ao contrário, aqueles que vivem em extrema penúria desses benefícios tornam-se demasiados humildes e rasteiros. Disso resulta que uns, incapazes de mandar, só sabem mostrar uma obediência servil e que outros, incapazes de se submeter a qualquer poder legítimo, só sabem exercer uma autoridade despótica.
(Aristóteles, A Política.)
Segundo Aristóteles (384-322 a.C.), que viveu em Atenas e em outras cidades gregas, o bom exercício do poder político pressupõe
(A) o confronto social entre ricos e pobres.
(B) a coragem e a bondade dos cidadãos.
(C) uma eficiente organização militar do Estado.
(D) a atenuação das desigualdades entre cidadãos.
(E) um pequeno número de habitantes na cidade.

2. As caravanas do Sudão ou do Niger trazem regularmente a
Marrocos, a Tunes, sobretudo aos Montes da Barca ou ao Cairo,
milhares de escravos negros arrancados aos países da África
tropical (...) os mercadores mouros organizam terríveis razias,
que despovoaram regiões inteiras do interior. Este tráfico mu-
çulmano dos negros de África, prosseguindo durante séculos e
em certos casos até os mais recentes, desempenhou sem dúvida
um papel primordial no despovoamento antigo da África.
(Jacques Heers, O trabalho na Idade Média.)
O texto descreve um episódio da história dos muçulmanos
na Idade Média, quando
(A) Maomé começou a pregar a Guerra Santa no Cairo como
condição para a expansão da religião de Alá, que garantia
aos guerreiros uma vida celestial de pura espiritualidade.
(B) atuaram  no tráfico de escravos negros, dominaram a
África do Norte, atravessaram o estreito de Gibraltar e
invadiram a Península Ibérica.
(C) a expansão árabe foi propiciada pelos lucros do comércio
de escravos, que visava abastecer com mão-de-obra negra
as regiões da Península Ibérica.
(D) os reinos árabes floresceram no sul do continente afri-
cano, nas regiões de florestas tropicais, berço do mono-
teísmo islâmico.
(E) os árabes ultrapassaram os Pirineus e mantiveram o do-
mínio sobre o reino Franco, até o final da Idade Média
ocidental.

3. No século XVI, nas palavras de um estudioso, “reformar a
Igreja significava reformar o mundo, porque a Igreja era o
mundo”. Tendo em vista essa afirmação, é correto afirmar
que
(A) os principais reformadores, como Lutero, não se envol-
veram nos desdobramentos políticos e socioeconômicos
de suas doutrinas.
(B) o papado, por estar consciente dos desdobramentos da
reforma, recusou-se a iniciá-la, até ser a isso obrigado
por Calvino.
(C) a burguesia, ao contrário da nobreza e dos príncipes, ade-
riu à reforma, para se apoderar das riquezas da Igreja.
(D) os cristãos que aderiram à reforma estavam preocupados
somente com os benefícios materiais que dela advi-
riam.
(E) o aparecimento dos anabatistas e outros grupos radicais
são a prova de que a reforma extrapolou o campo da
religião.

4. O culto de imagens de pessoas divinas, mártires e santos foi
motivo de seguidas controvérsias na história do cristianismo.
Nos séculos VIII e IX, o Império bizantino foi sacudido por
violento movimento de destruição de imagens, denominado
“querela dos iconoclastas”. A questão iconoclasta
(A) derivou da oposição do cristianismo primitivo ao culto
que as religiões pagãs greco-romanas devotavam às
representações plásticas de seus deuses.
(B) foi pouco importante para a história do cristianismo na
Europa ocidental, considerando a crença dos fiéis nos
poderes das estátuas.
(C) produziu um movimento de renovação do cristianismo
empreendido pelas ordens mendicantes dominicanas e
franciscanas.
(D)  deixou as igrejas católicas renascentistas e barrocas
desprovidas de decoração e de ostentação de riquezas.
(E) inviabilizou a conversão para o cristianismo das multi-
dões supersticiosas e incultas da Idade Média européia.

5. O crescimento das cidades é um fenômeno da Europa Ocidental a partir do século XI. Tratando sobre a questão, Pierre Vilar afirma: 
As cidades dependiam dos senhores. Mas elas foram mais fortes  que as aldeias para discutir com seus amos, rebelarem-se,  obter ou impor “cartas de franquias”. Coletivamente, continuavam Vinculadas ao sistema feudal (...). Mas em seu território, e sobretudo no recinto dentro da muralha, os habitantes eram livres e participavam da organização coletiva. 
VILAR, Pierre. Do feudalismo ao capitalismo. 4. ed. São Paulo: Contexto, 1992. p. 39.  
Refletindo sobre essa afirmação, pode-se concluir que
A) os moradores das cidades gozavam de significativa autonomia, mesmo submetidos à autoridade dos senhores, que lhes cobravam taxas.
B) os camponeses das aldeias medievais impuseram aos senhores feudais um documento que garantia autonomia política à comunidade.
C) os habitantes das cidades libertaram-se de inúmeras obrigações, entre elas a de participar das corporações de ofício.
D) as populações urbanas eram isoladas por muralhas que as impediam de estabelecer relações socioeconômicas com o mundo feudal.

6. No ano de 786, Carlos Magno afirmou:
A nossa função é, segundo o auxílio da divina piedade, (...) defender com as armas e em todas as partes a Santa Igreja  de Cristo dos ataques dos pagãos e da devastação dos infiéis.
PINSKY, Jaime (Org.). O modo de produção feudal . 2. ed. São Paulo: Global, 1982. p. 101.
  
O fragmento acima expressa a orientação política do Império Carolíngio no governo de Carlos Magno. O objetivo dessa política pode ser definido como um(a)
A) esforço para estabelecer uma aliança entre os carolíngios e a Igreja bizantina para fazer frente ao crescente poderio papal.
B) intenção de anexar a Península Ibérica aos domínios do papado, com a finalidade de impedir o avanço árabe.
C) desejo de subordinar os domínios bizantinos à dinastia carolíngia, no intuito de implantar uma teocracia centralizada no Imperador.
D) tentativa de restaurar o Império Romano, com vistas a promover a união da cristandade da Europa Ocidental.

7. Durante a Idade Média, a Igreja influenciou profundamente o pensamento da Europa Ocidental. Nesse sentido, MOTA e BRAICK analisam:
O clero sempre procurou transformar os temores do mundo em receios da vida eterna. O peso da violência, o medo do sexo e da morte, eis alguns ingredientes do período capazes de criar nos indivíduos uma culpa surda e servir de obstáculo à felicidade dos homens. O medo do inferno se revelava mais forte que a crença na salvação: afinal, os diabos são seres terríveis, sempre à espreita. Contra eles a Igreja apresentou protetores capazes de neutralizar os projetos dos demônios e ao mesmo tempo de ajudar as pessoas no seu dia-a-dia.
Adaptado de: MOTA, Myriam Becho; BRAICK, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 1997. p. 69.
 
A leitura do fragmento nos conduz a afirmar que na Idade Média
A) os homens e as mulheres, em sua grande maioria, eram contrários à noção de felicidade imposta pela liderança da Igreja, mas a aceitavam com medo das punições.
B) a igreja católica pregava que para atingir a vida eterna era necessário trabalhar arduamente e acumular riqueza, sinal da bênção divina.
C) o clero pretendia unificar todas as religiões, enfraquecendo o poder do demônio e ajudando as pessoas a conquistarem a salvação eterna.
D) a Igreja concebeu a existência de santos e anjos para frustrar os projetos do diabo, tais como a doença, a esterilidade da terra e dos rebanhos e as catástrofes naturais.

8. O historiador  Will Durant, tratando da Idade Média oriental, escreveu sobre as narrativas islâmicas: 
Os contos eram tão velhos como o Islã ou Adão. Os muçulmanos mais simples ouviam-nos com o ardor e o apetite de crianças. As mais populares dessas histórias eram Fábulas de Bidpai e As mil e uma noites. As Fábulas foram levadas da Índia para a Pérsia no século VI, traduzidas para o pálavi e deste para o árabe, no século VIII. O original sânscrito perdeu-se, mas a versão árabe sobreviveu e foi traduzida para 40 línguas.O plano d´As Mil e Uma Noites era o mesmo do Noites Árabes; tal estrutura para uma série de histórias
já era velha na Índia. Grande número dessas histórias circulou no mundo oriental. E crianças de todas as nações e idades começaram a falar de Simbad, o Marujo, da Lâmpada de Aladim e de Ali Babá e os Quarenta Ladrões. Depois da Bíblia (também oriental), as Fábulas e As Mil e Uma Noites são os livros mais lidos no mundo. 
Adaptado de DURANT, Will.  A idade da fé. Rio de Janeiro: Record, [s.d.]. p. 237. (A História da Civilização, 4). 
Analisando o texto acima  e considerando a situação do Oriente Médio no período medieval, podemos afirmar que a literatura árabe foi
A) originada de intercâmbios dos povos árabes com outros povos do mundo oriental, semelhante ao que ocorreu com a religião.
B) difundida entre diversos povos por meio da linguagem oral, ganhando forma escrita a partir da ascensão de Maomé.
C) inspirada em temas sagrados, fruto da imposição dos líderes religiosos ligados à ortodoxia muçulmana.
D) censurada, sendo sua leitura proibida nas escolas dos países que caíram sob o domínio do islamismo.

9. O trecho abaixo, escrito pelo historiador Jacques Le Goff, trata do movimento encabeçado por Francisco de Assis, na primeira metade do século XIII.
A intransigente vontade de praticar um Evangelho integral [...], o desejo de fazer reinar entre os Menores uma igualdade quase absoluta [...] a paixão da miséria levada  até à manifestação exterior do nudismo que Francisco e seus irmãos praticaram à semelhança dos adamitas, o lugar dado aos leigos, tudo isso parecia perigoso, quase suspeito, à cúria romana. 
LE GOFF, Jacques. São Francisco de Assis.   Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 111.
 
A respeito da relação desse movimento com a Igreja Católica, é correto afirmar que o franciscanismo  
A) realizava a livre interpretação da Bíblia, recusando a doutrina professada pela Igreja Católica.
B) pregava o retorno aos ideais propagados por Cristo, reagindo às ambições de riqueza e poder da Igreja Católica. 
C) apoiava as seitas heréticas, contestando a autoridade  do papa como líder da Igreja Católica.
D) condenava a hierarquia eclesiástica, pregando a igualdade entre os fiéis e os clérigos da Igreja Católica. 

10. Acerca de Alexandre Magno (356-323 a. C.), o historiador inglês Arnold Toynbee comenta:
Alexandre viveu o bastante para superar a estreita concepção de uma ascendência helênica sobre os não-helenos, em favor de um ideal maior da fraternidade da humanidade. Em seu contacto com os persas, reconheceu  e admirou todas as virtudes que lhes permitiram governar uma parte do mundo por mais de duzentos anos, e passou a sonhar com um mundo governado em conjunto por persas e helenos. 
TOYNBEE, Arnold J. Helenismo: história de uma civilização. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. p. 118.

Analisando-se a evolução histórica do período, pode-se afirmar que, em parte, o ideal de Alexandre realizou-se na medida em que suas conquistas
A)  estimularam a retomada do despotismo oriental, que se somou às conquistas de liberdade e direitos que fundamentaram a democracia grega.
B)  favoreceram a fusão entre as culturas dos povos asiáticos dominados e os valores gregos, originando a cultura helenística.
C)  possibilitaram o domínio das províncias asiáticas pelos romanos, que difundiram a cultura helenística em toda a Europa ocidental.
D)  expandiram os direitos de cidadania a todos os súditos, adotando a autonomia e as liberdades gregas como modelo de administração do Império.

GABARITO

1 – D / 2 – B / 3 – E / 4 – A / 5 – A / 6 – D / 7 – D /8 – A /9 – B /10 – B

Nenhum comentário:

Postar um comentário