Historia

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domingo, 28 de novembro de 2010

Revisão UFRN 2011 – Parte Final – Resolução das Discursivas

1. Em 1980, num show comemorativo ao Primeiro de Maio, o cantor Chico Buarque apresentou uma canção intitulada “Linha de Montagem”, que fazia referência às recentes greves do ABC:
As cabeças levantadas,
Máquinas paradas,
Dia de pescar,
Pois quem toca o trem pra frente
Também, de repente,
Pode o trem parar.
(http://www.chicobuarque.com.br/letras/linhade_80.htm)

a) Qual foi a importância das greves do ABC nos últimos anos do regime militar brasileiro, que vigorou de 1964 a 1985?
b) Aponte duas mudanças políticas que caracterizaram o processo de abertura do regime militar.

Resolução:

a) as greves questionavam a política econômica do governo e ao mesmo tempo o processo de abertura, limitado. Pode-se considerar como importante o fato das greves terem dado origem a um novo sindicalismo no país e criado as bases para o surgimento do Partido dos Trabalhadores, com um discurso de “esquerda”.
b) A “abertura política” executada pelos militares durante o governo Figueiredo promoveu a Lei de Anistia e garantiu a liberdade individual e de imprensa, além de restabelecer o pluripartidarismo.

2. Um dos maiores problemas nos estudos históricos no Brasil acerca da escravidão é seu relativo desconhecimento da história e da cultura africanas. Aí, a história do Congo tem muitas lições a dar, quer para os interessados no estudo da África, quer para os estudiosos da escravidão e da cultura negra na diáspora colonial. Afinal, a região do Congo-Angola foi daquelas que mais forneceram africanos para o Brasil, especialmente para o Sudeste, posição assumida no século XVII e consolidada na virada do século XVIII para o XIX.

(Adaptado de Ronaldo Vainfas e Marina de Mello e Sousa, “Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da conversão coroada ao movimento Antoniano, séculos XV-XVIII”, Tempo. n. 6, 1998, p. 95-6).

a) O que foi a diáspora colonial citada no texto acima?

b) Identifique duas influências africanas no Brasil atual.

c) Nomeie e explique, no Brasil atual, uma decorrência da prática da escravidão negra.

Resolução:

a) A “diáspora colonial” citada no texto foi a transmigração forçada de africanos para colônias da América e Ásia. Esperava-se do candidato a precisão quanto ao caráter compulsório do tráfico de escravos.

b) A influência africana no Brasil destaca-se no campo da religião, alimentação, composição populacional, linguagem, música, dança, etc. Bastava ao candidato indicar duas dessas influências na atualidade.

c) As decorrências da escravidão negra podem ser observadas nas situações de segregação social e racismo. Tratava-se de estabelecer uma explicação capaz de relacionar presente e passado, apresentando as razões históricas de práticas atuais segregacionistas e socialmente excludentes, como o racismo, expresso, por exemplo, nas diferenças de oportunidades no mercado de trabalho e no ensino.

3. Leia os trechos abaixo e responda à questão:

Após a Primeira Guerra Mundial, a República de Weimar teve controle muito limitado sobre as forças militares e policiais necessárias à manutenção da paz interna. No final, a República caiu em conseqüência dessa limitação, fragilidade explorada por organizações da classe média, as quais achavam que o regime parlamentar-republicano as discriminava e, assim, procuraram destruí-lo.

(Adaptado de Norbert Elias, Os alemães. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997, p. 199 e 204).

A exigência da anulação da ‘paz imposta’ pelo Tratado de Versalhes foi, ao lado do anti-semitismo, o ponto mais importante na propaganda nazista durante a República de Weimar.

(Adaptado de Peter Gay, A cultura de Weimar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978, p. 31 e 168).

a) O que foi a República de Weimar? Relacione-a à ascensão do nazismo.

b) O que foi o Tratado de Versalhes e qual o significado da expressão “paz imposta”?

Resolução

a) A República de Weimar refere-se ao regime parlamentar-republicano da Alemanha entre 1918 e 1933, período democrático entre o fim da Alemanha Imperial e a chegada do nazismo ao poder. Esperava-se na resposta, portanto, uma caracterização político-institucional de Weimar e sua periodização.

Quanto à segunda parte da questão, o próprio texto apresenta a relação de Weimar com a ascensão do nazismo ao poder, mencionando que esta foi facilitada pelo fraco controle das forças militares e policiais por parte do governo durante a República de Weimar, permitindo assim que tal fragilidade fosse explorada por organizações da classe média. Esperava-se também que o candidato se referisse ao surgimento de milícias paramilitares, oposição e medo em relação aos grupos de esquerda, condições econômicas desagregadoras, como altos índices de inflação e desemprego, além dos sentimentos de humilhação e derrota causados pelo Tratado de Versalhes.

b) O Tratado de Versalhes foi o acordo de paz, assinado entre os países derrotados e vencedores na Primeira Guerra Mundial, que selou o fim da Primeira Guerra Mundial. O candidato precisava mostrar que esse acordo estabelecia a “paz imposta”, ou seja, não negociada, segundo a qual a Alemanha perdia a soberania sobre o seu território, era desmilitarizada, obrigada a pagar pesadas indenizações e a restituir territórios aos países vitoriosos.

4.

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“Olhe pra cima! Rumo a 53. Aqui vai Oldsmobile!”

(Imagem retirada de Nicolau Sevcenko, A corrida para o século XXI. No loop da montanha-russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 27).

Essa é a propaganda da primeira marca comercialmente bem-sucedida de automóveis americanos.

a) De que maneira os temas da velocidade e da inovação tecnológica aparecem na propaganda acima?

b) Como essa propaganda reforçava o American way of life (estilo de vida americano)?

c) Explique por que a corrida espacial era uma questão militar e política entre as décadas de 1950 e 1960.

Resolução

a) Para responder a este item, o estudante deveria observar a imagem, dela retirando informações como a comparação entre o veículo e o foguete (ou avião, como alguns responderam), que descrevem a inovação tecnológica e a velocidade.

b) O item b referia-se à percepção do american-way-of-life apresentada na propaganda. Esperava-se do candidato referências ao sonho de consumo e ascensão social, expresso no desejo de posse do automóvel como sinônimo de status e poder; aos ideais familiares expressos pelo casal que contempla o automóvel; ao incentivo à indústria (incluindo a automobilística); ao otimismo ou à confiança no futuro.

c) Nesta última parte da questão, o estudante deveria extrapolar as informações contidas na imagem e no enunciado, para alinhar os dados a uma condição histórica mais geral, a da corrida tecnológica como questão política e militar nas décadas de 1950 e 1960. Era fundamental a percepção de que o período da Guerra Fria estabeleceu-se como uma era de “corrida tecnológica”, em que o país mais equipado tecnológica e militarmente poderia assegurar territórios sob sua influência; incluindo a corrida espacial, em que a hegemonia estava expressa, por exemplo, pelo lançamento de satélites e pela conquista da Lua.

5. Em 1970, o Brasil se consagrou tri-campeão mundial de futebol, quando se cantava:

Noventa milhões em ação,

pra frente, Brasil

do meu coração. (...)

Salve a seleção.

Falava-se de um “Brasil Grande”, “Brasil Potência”, e distribuíam-se adesivos com a inscrição “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Com bandeiras do Brasil na mão, cantava-se repetidamente “Este é um país que vai pra frente”. (Adaptado de Elio Gaspari, A ditadura escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 207-8).

a) Relacione slogans como “Esse é um país que vai pra frente” com o chamado “milagre econômico”.

b) Relacione o slogan “Ame-o ou deixe-o” com a repressão do regime militar instaurado em 1964.

c) Cite e caracterize um movimento de oposição ao regime militar.

Resolução

a) Para responder a esta questão, o candidato deveria relacionar o otimismo, o ufanismo, o nacionalismo e a crença no progresso, plasmados no slogan, com o “milagre econômico”, que deveria ser caracterizado, entre outros aspectos, pelo aumento dos investimentos públicos em infra-estrutura, elevado crescimento anual da economia do país, aumento considerável da dívida externa, estímulos fiscais e de crédito à agricultura e indústria e investimento na construção civil.

b) O slogan “ame-o ou deixe-o” incentivava a atitude patriótica e relaciona-se à perseguição aos opositores do regime por meio de exílio político, tortura e assassinato, entre outros instrumentos repressivos.

c) Por fim, o estudante deveria mencionar e caracterizar movimentos políticos de oposição ao regime, tais como guerrilha urbana e rural, campanha das “Diretas-já”, luta pela anistia, movimento estudantil e operário.

Questões Extra

E1. O historiador Almir Bueno, analisando o fim de um período de grande instabilidade na vida política do Rio Grande do Norte, escreveu:

“Aos grupos que haviam combatido Pedro Velho restaram poucos caminhos depois de 1896, já que não podiam chegar ao poder através do viciado sistema eleitoral republicano e não nutriam mais esperanças em soluções golpistas.”

BUENO, Almir de Carvalho. Visões de República: idéias e práticas políticas no Rio Grande do Norte (1880-1995). Natal: EDUFRN, 2002. p. 260.

Considerando esse fragmento textual, analise duas características dos governos comandados pela oligarquia Albuquerque Maranhão no período político que se inicia em 1896.

Resolução:

Características do governo da oligarquia Albuquerque Maranhão: Inexistência de oposição: o grupo do Seridó, tradicional opositor de Pedro Velho, foi cooptado por ele. Na capital, a única oposição que existia era a do ex-monarquista Elias Souto, que não tinha qualquer repercussão no seio da sociedade local.

Distribuição de cargos públicos entre parentes e aliados: foi mantida a prática de beneficiar parentes e aliados, a qual já existia no regime monárquico. Concentração de poderes no chefe oligárquico: Pedro Velho de Albuquerque Maranhão indicava, sem qualquer objeção ou consulta, os candidatos a cargos eletivos, para as diversas esferas do poder.

Controle do sistema eleitoral: em razão da prática do voto aberto e do poder coercitivo dos coronéis, comandando “currais eleitorais”, as eleições atendiam sempre aos interesses das famílias oligárquicas que estavam no poder.

E2. Em 1960, durante a campanha para Prefeito de Natal, o jornal Folha da Tarde publicou um manifesto assinado por vários sindicatos de trabalhadores, no qual declaravam:

NATALENSES:

A classe trabalhadora, através dos seus legítimos líderes, que subscrevem o presente manifesto, conclamam [sic] a todos para uma Frente Popular Nacionalista, com os nomes dos grandes brasileiros LOTT e DJALMA MARANHÃO.

O programa de lutas é o mesmo: não desertar dos legítimos interesses do Povo; um programa nacionalista em defesa dos interesses do Brasil. [...] Sem compromisso com políticos ou grupos econômicos. Compromissos somente com o povo.

Folha da Tarde. Natal, 27 jan.1960. p. 1.

Graças aos apoios obtidos, Djalma Maranhão foi eleito para a Prefeitura de Natal e assumiu o cargo, no dia 5 de novembro de 1960.

Considerando essa conjuntura,

A) explique uma prioridade adotada pela Prefeitura de Natal, entre novembro de 1960 e abril de 1964, em consonância com o fragmento textual citado;

B) explique as medidas adotadas pelo Regime Militar, que se implantou em 1964, diante das ações do governo Djalma Maranhão à frente da Prefeitura.

Resolução:

A) • Campanha de alfabetização: a campanha De pé no chão também se aprende a ler tinha por meta alfabetizar e conscientizar politicamente a população. Tais medidas concretizavam as propostas da campanha eleitoral, na qual o governo assumiu o compromisso de levar em conta exclusivamente os interesses do povo, e não se deixar levar pelas pressões de grupos políticos e econômicos.

• Praças de Cultura: eventos sistemáticos que reuniam artistas em praças de toda a cidade. Nessas ocasiões, além de se oportunizar a difusão de artistas locais também se favorecia a educação do povo, cujo acesso à cultura erudita era limitado e não dispunha de canais de difusão da cultura popular.

• Bibliotecas públicas: criação de bibliotecas em vários bairros. Essas bibliotecas possibilitavam e estimulavam o acesso das camadas populares à leitura de bons livros. O fato de estarem nos bairros facilitava o acesso da população.

• Construção de casas populares: doação de terrenos aos pobres e parte do material necessário à construção.

• Melhorias de Infra-estrutura: asfaltamento de ruas centrais. Calçamento de ruas nos bairros populares. Os moradores doavam as pedras, e a prefeitura fornecia a mão-de-obra. Duplicação da Avenida Mário Negócio.

• Implantação de um Centro de Produção: este visava ao plantio de verduras e frutas a serem distribuídas à população.

B) • Djalma Maranhão foi deposto pelo comando militar e, para substituí-lo, foi indicado um interventor militar.

• Programas sociais da Prefeitura Municipal de Natal – implantados na gestão Djalma Maranhão – foram cancelados.

• Muitos dos assessores do prefeito Djalma Maranhão foram presos e responderam a inquéritos.

• Djalma Maranhão foi exilado no Uruguai, onde, alguns anos depois, faleceu.

• Criação de IPMs: Inquéritos Policiais Militares, comandados por coronéis do Exército, foram responsáveis pela implementação de medidas repressivas do Regime Militar.

• Criação da CEI (Comissão Especial de Investigações): produziu um relatório intitulado “subversão no RN”, que indicou grande parte do estafe da prefeitura como subversiva.

E3. A década de 1920 foi muito importante, porque representou um momento significativo de reflexão sobre nosso passado e nossa identidade histórica. Apesar do autoritarismo, o povo não assistiu passivamente à ação de seus governantes; não se entregou a uma apatia desmobilizante nem se submeteu à vontade quase imperial dos coronéis.

REZENDE, Antônio Paulo; DIDIER, Maria Thereza. Rumos da história. São Paulo: Atual, 2005. p. 495.

A partir desse fragmento textual,

A) cite e explique três elementos que caracterizam o poder político vigente, no Brasil, na década de 1920;

B) cite e explique duas manifestações sociais contrárias ao poder político vigente ocorridas nesse período.

Resolução:

A) • Poder local controlado pelo coronel – Os grandes proprietários de terras exerciam o controle político dos municípios e articulavam-se às oligarquias dominantes em nível federal.

• Mecanismo de sustentação do poder coronelístico – O clientelismo e a violência de suas milícias sustentavam o poder dos coronéis, que se valiam de um sistema eleitoral fraudulento, que incluía o “voto de cabresto” e os “currais eleitorais”.

• Políticas de alianças no plano federal – A “política dos governadores” (troca de favores entre os governos estaduais e o governo federal) e a política do “café-com-leite” (acordos entre oligarcas mineiros e paulistas, com o intuito de controlar a Presidência da República).

B) • Tenentismo – militares se sentiam marginalizados na República e protestavam contra o sistema vigente. Faziam oposição ao governo central. A Revolta do Forte, por exemplo, é um evento tenentista.

• Coluna Prestes – organizada por Luís Carlos Prestes, a Coluna percorreu diferentes estados brasileiros, denunciando os desmandos do sistema eleitoral.

• Fundação do PCB – O Partido Comunista Brasileiro, fundado em 1922, protestava contra a situação vivenciada pelo país e, em especial, pelo operariado.

• Organização operária – possibilitou a formação de grandes greves: desde a Proclamação da República, os operários, sobretudo os migrantes, reivindicavam melhorias sociais, como o salário mínimo e a jornada de trabalho de 8 horas diárias.

• Semana de Arte Moderna – ocorrida de 11 a 18 de fevereiro de 1922, propunha a renovação da cultura e reforçava o nacionalismo.

• Cangaço – movimento surgido no sertão nordestino em razão das péssimas condições de vida da população desfavorecida economicamente e excluída dos privilégios sociais.

• Movimento Sufragista – lideranças feministas reivindicavam maior participação das mulheres no cenário político nacional. A luta pelo direito ao voto constituía a bandeira desse movimento.

• Criação do BOC – nesse contexto, as organizações operárias marcaram presença no parlamento brasileiro, a exemplo da formação do Bloco Operário e Camponês, de considerável influência comunista.

E4. Vinícius de Moraes, inspirado em acontecimentos ocorridos em meados do século XX, escreveu o seguinte poema:

“Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas só não se esqueçam

Da rosa, da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor, sem perfume

Sem rosa, sem nada”.

MORAES, Vinícius de. Rosa de Hiroshima. Intérprete: Secos & Molhados. In: SECOS E MOLHADOS. Secos & molhados. São Paulo: Continental, p 1973. 1 CD. Faixa 9. (Série Dois Momentos).

Considerando o poema,

A) identifique o fato histórico que inspirou o poeta;

B) explique a relação desse acontecimento com o conflito internacional que ocorria naquele momento histórico;

C) analise dois efeitos ambientais provocados por esse acontecimento no local a que o poema faz referência.

Resolução:

A) Trata-se do lançamento da bomba atômica, pelos EUA, sobre a cidade japonesa de Hiroshima.

B) A resposta deverá apresentar uma das explicações a seguir:

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito bélico internacional ocorrido entre 1939 e 1945. Na transição da década de 1930 para a de 1940, dois blocos de países se organizaram: de um lado, o EIXO (formado pela Alemanha, Itália e Japão); do outro, os ALIADOS (formado inicialmente pela Inglaterra e França; posteriormente, recebeu a adesão dos EUA, da URSS, do Brasil e de outros países). A política expansionista dos países do Eixo e a disputa ideológica têm sido apontadas como fatores que favoreceram a eclosão da guerra. Porém, é necessário considerar também o interesse expansionista dos EUA e da Inglaterra.

O lançamento da bomba está relacionado a uma série de acontecimentos ocorridos em 1945: Em 28 de abri l de 1945, Mussolini foi preso e fuzilado pela resistência italiana; no final de abril (possivelmente dia 30), Hitler suicidou-se; em 7 de maio de 1945, o alto comando alemão se rendeu aos aliados. Em agosto de 1945, a vitória aliada já estava definida, apenas as tropas japonesas se recusavam a depor as armas. Aproveitando-se desse fato, os EUA lançaram duas bombas, a primeira em Hiroshima (em 6 agosto de 1945) e a segunda em Nagasaki (no dia 9 do mesmo mês). Harry Truman foi o presidente americano que ordenou a ação militar.

C) A explosão provocou um calor de cerca de 5,5 milhões de graus centígrados, similar às temperaturas próximas ao l imbo do sol. Após o lançamento, um clarão (na forma de cogumelo) ergueu-se à altura de 9.000 m, provocando ventos de 640 a 970 km/h e espalhando material radioativo numa espessa nuvem de poeira.

Destruição das cidades. Quando atingiu seu alvo, um furacão de fogo arrasou a cidade: centenas de milhares de pessoas feridas, cobertas de vidro e madeira ou com seus corpos queimados. Hiroshima tinha, na época, cerca de 330 mil habitantes e era uma das maiores cidades do Japão. o bombardeio matou cerca de 130 mil pessoas e feriu outras 80 mil. A maioria das vítimas era formada pela população civil, que nada tinha a ver com a guerra.

Mi lhares de pessoas foram desintegradas e, em função da falta de cadáver, as mortes jamais foram confirmadas. Prédios e vegetação sumiram, transformando a cidade num deserto. Num raio de 2 km, a partir do centro da explosão, a destruição foi total. A bomba lançada é até hoje a arma que mais mortes provocou em pouco tempo (221.893 mortos é o total das vítimas da bomba reconhecidas oficialmente).

Efeitos a médio e longo prazo. A bomba também afetou seriamente a saúde de milhares de sobreviventes. Os efeitos radiativos permaneceram durante muito tempo. A partir dos acontecimentos, muitas crianças ficaram cegas, outras já nasceram cegas; as casas e as árvores foram destruídas, alterando a vida das pessoas. Fala-se na “hereditariedade da bomba” para referir-se aos efeitos que permaneceram por várias gerações.

Revisão UFRN 2011 – Parte Final (Objetivas)

1. Em março de 1947, Harry Truman, presidente dos Estados Unidos, apresentou as diretrizes da sua política externa, solicitando aprovação de recursos para auxílio econômico e militar para a Grécia e a Turquia, então ameaçadas, segundo ele, por atividades conduzidas pelos comunistas. Em junho de 1947, o Secretário de Estado, George Marshall, apresentou o programa norte-americano de apoio aos países europeus que enfrentavam sérios problemas econômicos, em decorrência da Segunda Guerra Mundial, ofertando cerca de US$ 13 bilhões para reativação de suas atividades econômicas.

A partir da leitura do texto, pode-se afirmar que os Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial,

a) buscavam fortalecer a economia de alguns países europeus para evitar a expansão do comunismo.

b) propunham o desarmamento em escala mundial, como única forma de recuperar a economia europeia.

c) planejavam cobrar pesados impostos dos cidadãos europeus, como compensação à ajuda prestada.

d) faziam gestões diplomáticas para garantir o entendimento entre todos os países europeus.

e) mantinham-se isolados dos problemas internos dos países europeus.

2. Quando foi outorgada, em 1937, a Constituição conhecida como Polaca, tropas policiais cercaram o Congresso, sem encontrar resistência. Getúlio Vargas, em discurso, justificou o Estado Novo: “(...) mantido pelo poder constituinte da nação, o governo continuou, no período legal, a tarefa de restauração econômica e financeira, e procurou criar atmosfera de serenidade e confiança para atender às justas reivindicações das classes trabalhadoras. Quando os partidos políticos se dissolveram, haviam perdido sua razão de ser. Hoje, o governo não tem mais intermediários entre ele e o povo. Há, sim, o povo, no seu conjunto, e o governante, dirigindo-se a ele, de modo que o povo, se sentindo amparado nas suas aspirações e nas suas conveniências, não tenha necessidade de recorrer a intermediários para chegar ao chefe de Estado”.

Antonio Pedro Tota. O Estado Novo, 1991. Adaptado.

Sobre o discurso de Vargas, é INCORRETO afirmar que

a) legitima a soberania do Estado com a personalização do poder: O chefe é a própria Nação.

b) define a forma autoritária do exercício do poder com a extinção dos partidos políticos.

c) reforça, com um tom paternalista, a relação direta do povo com o Estado.

d) acentua a necessidade de paz e harmonia para atender às aspirações dos trabalhadores.

e) atribui o fechamento do Congresso à auto-extinção dos partidos políticos.

3. O presidente João Goulart, após tentativas fracassadas para realizar reformas por meios democráticos, aliou-se a grupos de esquerda. No comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964, se comprometeu a dar início à reforma agrária – principal tema de discórdias. No entanto, alguns empresários, militares, governadores e parlamentares planejavam o golpe militar, ocorrido em 1º de abril. Não se tratava mais de saber se as reformas seriam ou não implementadas. A questão central era a tomada do poder e a imposição de projetos. Os partidários da direita tentavam impedir as alterações econômicas e sociais, sem respeitar as instituições democráticas, para defender seus interesses e privilégios. Os grupos de esquerda exigiam as reformas, inclusive com o sacrifício da democracia. Entre a radicalização da esquerda e da direita, uma parcela ampla da população brasileira apenas assistia aos conflitos – em silêncio.

Jorge Ferreira. Sexta feira 13 na Central do Brasil, 2004. Adaptado.

A partir do texto, pode-se afirmar que, para o autor,

a) o presidente João Goulart conspirou com políticos moderados para realizar a reforma agrária.

b) os partidos de esquerda radicalizaram suas ações porque contavam com o apoio ativo de grande parcela da população brasileira.

c) a posição de alguns governadores e parlamentares foi de indiferença em relação ao comício de 13 de março de 1964.

d) a radicalização política de 1963 a março de 1964 não teve como protagonistas setores ligados ao meio empresarial.

e) a democracia não era considerada essencial para a efetivação dos interesses políticos em confronto.

4. Em um balanço sobre a Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita Filho escreveu:

“... a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos caprichos de um número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem todos quantos pretendem um lugar nas assembléias estaduais e federais”.

A crise nacional, 1925.

De acordo com o texto, o autor

a) critica a autonomia excessiva do poder legislativo.

b) propõe limites ao federalismo.

c) defende o regime parlamentarista.

d) critica o poder oligárquico.

e) defende a supremacia política do sul do país.

5. Em três momentos importantes da história européia – Revoluções de 1830-1848, Primeira Guerra Mundial de 1914-1918, e movimentos fascista e nazista das décadas de 1920-1930 – nota-se a presença de uma força ideológica comum a todos esses acontecimentos.

Trata-se do

a) totalitarismo.

b) nacionalismo.

c) imperialismo.

d) conservadorismo.

e) socialismo

6. Existem semelhanças entre as ditaduras militares brasileira (1964-1985), argentina (1976-1983), uruguaia (1973-1985) e chilena (1973-1990).

Todas elas

a) receberam amplo apoio internacional tanto dos Estados Unidos quanto da Europa Ocidental.

b) combateram um inimigo comum, os grupos esquerdistas, recorrendo a métodos violentos.

c) tiveram forte sustentação social interna, especialmente dos partidos políticos organizados.

d) apoiaram-se em idéias populistas para justificar a manutenção da ordem.

e) defenderam programas econômicos nacionalistas, promovendo o desenvolvimento industrial de seus países.

7. Juscelino Kubitschek governou o Brasil de 1956 a 1961, época caracterizada pelo nacional-desenvolvimentismo, que gerou otimismo e euforia na vida brasileira. No seu governo,

A) a divisão da renda nacional corrigiu as desigualdades sociais e as disparidades regionais por meio das reformas estruturais empreendidas.

B) o crescimento acelerado da produção industrial apoiou-se no capital privado nacional, fechando o país para o capital estrangeiro.

C) a Companhia Siderúrgica Nacional foi criada, contribuindo, de forma decisiva, para a posterior implantação da indústria automobilística.

D) a capital federal foi transferida do Rio de Janeiro para o Planalto Central, afastando o governo da União das pressões populares.

8. A formação do território do atual estado do Rio Grande do Norte está relacionada à

A) fixação da população de origem européia no litoral, dedicada à exploração do pau-brasil, e a ocupação do sertão visando à extração do sal marinho.

B) consolidação do domínio português, após a expulsão dos holandeses do litoral, e às expedições que penetraram no interior à procura de metais preciosos.

C) ocupação da faixa litorânea pela lavoura da cana-de-açúcar, e da zona do interior, na qual, inicialmente, era praticada a criação do gado.

D) expulsão dos índios do litoral pelos donatários da capitania, na “Guerra dos Bárbaros”, e à indústria açucareira nos vales do Apodi – Mossoró e do Piranhas –Açu.

9. O incremento da produção de açúcar e de algodão no Rio Grande do Norte, nas décadas de 1850 e 1860, favoreceu o crescimento de muitos povoados, que passaram a contar com administrações próprias. Entre as cidades que ganharam maior expressão nessa fase de crescimento econômico, destaca-se

A) Nova Cruz, que, favorecida pelos investimentos das oligarquias locais, recebeu as primeiras usinas de beneficiamento do algodão.

B) Parnamirim, que, em virtude de sua localização privilegiada, perto da capital, passou a abrigar os armazéns de algodão e açúcar.

C) Açu, que, situada num vale muito fértil, tornou-se um dos principais produtores nordestinos de algodão e cana-de-açúcar.

D) Mossoró, que, em razão da decadência do porto de Aracati, no Ceará, tornou-se um importante centro comercial exportador de algodão.

10. Em 30 de outubro de 1929, no jornal A República, Luís da Câmara Cascudo escreveu uma crônica sobre a Cidade do Natal, afirmando:

Oficialmente existe a Cidade do Natal há trezentos e trinta anos. Relativamente parece com este titulo há oito ou nove anos. Ou melhor, imita cidade recém-fundada se o enviesamento das artérias não denunciasse a velhice.

CASCUDO, Luís da Câmara. Crônicas de origem: a Cidade do Natal nas crônicas cascudianas dos anos 20. Organização e estudo introdutório de Raimundo Arrais. Natal: EDUFRN – Editora da UFRN, 2005. p. 139.

A afirmação de Cascudo expressa um confronto entre duas dimensões da Cidade do Natal, perceptíveis no final dos anos 20, e se relaciona à

A) melhoria das construções da cidade, com a demolição dos cortiços no bairro da Ribeira, a abertura de ruas e a edificação de residências elegantes naquela área.

B) modificação dos métodos de administração da cidade, com estímulo à participação popular e criação de comissões em cada um dos bairros.

C) adoção de ações urbanísticas inspiradas nos princípios de higiene e embelezamento, incluindo abertura e calçamento de ruas e melhoria das ligações entre os bairros.

D) construção de uma ponte de ferro, usando-se tecnologia inglesa, para ligar as duas margens do rio Potengi, de modo a integrar os bairros da Zona Norte à área central.

11. Em uma cerimônia cívica realizada no Rio de Janeiro, em dezembro de 1937, o presidente Getúlio Vargas participou da queima e da destruição das bandeiras estaduais e do hasteamento do pavilhão nacional. O cartaz abaixo foi divulgado no período e ilustra uma das diretrizes do governo Vargas, expressa também na cerimônia referida.

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Essa cerimônia pode ser simbolicamente identificada com o desejo de Vargas de

A) demonstrar que o poder forte centralizado havia liquidado a força política dos coronéis em todos os estados da Federação.

B) afrontar as lideranças políticas do Congresso Nacional, por ele considerado um órgão inoperante e distanciado dos interesses vigentes nos estados da Federação.

C) distribuir a renda nacional de acordo com as necessidades da população, minimizando as disparidades entre trabalhadores e empresários dos diferentes estados brasileiros.

D) instituir um Estado Nacional unificado em torno de padrões nacionais, em oposição às unidades federadas dominadas pelos interesses das oligarquias.

GABARITO:

1.E /2.A /3.E /4.D /5.B /6.B /7.D /8.C /9.D /10. C /11.D

sábado, 27 de novembro de 2010

Revisão UFRN 2011 – Parte Final (Discursivas)

Olá,

Em primeiro lugar gostaria de pedir desculpas pelo atraso dos meus ultimos posts, demorei devido a problemas que tive que resolver.

Em segundo gostaria de avisar que nesse post além das questões que eu havia separado, resolvi colocar outras 4 questões extra, as quais eu achei interessante.

E por fim gostaria de desejar a todos um otimo vestibular, desejo boa prova a todos vocês e que fiquem tranquilos, pois isso é essencial na hora da prova. Qualquer coisa que precisarem eu estarei a disposição. Mas vamos ao que interessa…

1. Em 1980, num show comemorativo ao Primeiro de Maio, o cantor Chico Buarque apresentou uma canção intitulada “Linha de Montagem”, que fazia referência às recentes greves do ABC:
As cabeças levantadas,
Máquinas paradas,
Dia de pescar,
Pois quem toca o trem pra frente
Também, de repente,
Pode o trem parar.
(http://www.chicobuarque.com.br/letras/linhade_80.htm)

a) Qual foi a importância das greves do ABC nos últimos anos do regime militar brasileiro, que vigorou de 1964 a 1985?
b) Aponte duas mudanças políticas que caracterizaram o processo de abertura do regime militar.

2. Um dos maiores problemas nos estudos históricos no Brasil acerca da escravidão é seu relativo desconhecimento da história e da cultura africanas. Aí, a história do Congo tem muitas lições a dar, quer para os interessados no estudo da África, quer para os estudiosos da escravidão e da cultura negra na diáspora colonial. Afinal, a região do Congo-Angola foi daquelas que mais forneceram africanos para o Brasil, especialmente para o Sudeste, posição assumida no século XVII e consolidada na virada do século XVIII para o XIX.

(Adaptado de Ronaldo Vainfas e Marina de Mello e Sousa, “Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da conversão coroada ao movimento Antoniano, séculos XV-XVIII”, Tempo. n. 6, 1998, p. 95-6).

a) O que foi a diáspora colonial citada no texto acima?

b) Identifique duas influências africanas no Brasil atual.

c) Nomeie e explique, no Brasil atual, uma decorrência da prática da escravidão negra.

3. Leia os trechos abaixo e responda à questão:

Após a Primeira Guerra Mundial, a República de Weimar teve controle muito limitado sobre as forças militares e policiais necessárias à manutenção da paz interna. No final, a República caiu em conseqüência dessa limitação, fragilidade explorada por organizações da classe média, as quais achavam que o regime parlamentar-republicano as discriminava e, assim, procuraram destruí-lo.

(Adaptado de Norbert Elias, Os alemães. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997, p. 199 e 204).

A exigência da anulação da ‘paz imposta’ pelo Tratado de Versalhes foi, ao lado do anti-semitismo, o ponto mais importante na propaganda nazista durante a República de Weimar.

(Adaptado de Peter Gay, A cultura de Weimar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978, p. 31 e 168).

a) O que foi a República de Weimar? Relacione-a à ascensão do nazismo.

b) O que foi o Tratado de Versalhes e qual o significado da expressão “paz imposta”?

4.

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“Olhe pra cima! Rumo a 53. Aqui vai Oldsmobile!”

(Imagem retirada de Nicolau Sevcenko, A corrida para o século XXI. No loop da montanha-russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 27).

Essa é a propaganda da primeira marca comercialmente bem-sucedida de automóveis americanos.

a) De que maneira os temas da velocidade e da inovação tecnológica aparecem na propaganda acima?

b) Como essa propaganda reforçava o American way of life (estilo de vida americano)?

c) Explique por que a corrida espacial era uma questão militar e política entre as décadas de 1950 e 1960.

5. Em 1970, o Brasil se consagrou tri-campeão mundial de futebol, quando se cantava:

Noventa milhões em ação,

pra frente, Brasil

do meu coração. (...)

Salve a seleção.

Falava-se de um “Brasil Grande”, “Brasil Potência”, e distribuíam-se adesivos com a inscrição “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Com bandeiras do Brasil na mão, cantava-se repetidamente “Este é um país que vai pra frente”. (Adaptado de Elio Gaspari, A ditadura escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 207-8).

a) Relacione slogans como “Esse é um país que vai pra frente” com o chamado “milagre econômico”.

b) Relacione o slogan “Ame-o ou deixe-o” com a repressão do regime militar instaurado em 1964.

c) Cite e caracterize um movimento de oposição ao regime militar.

Questões Extra

E1. O historiador Almir Bueno, analisando o fim de um período de grande instabilidade na vida política do Rio Grande do Norte, escreveu:

“Aos grupos que haviam combatido Pedro Velho restaram poucos caminhos depois de 1896, já que não podiam chegar ao poder através do viciado sistema eleitoral republicano e não nutriam mais esperanças em soluções golpistas.”

BUENO, Almir de Carvalho. Visões de República: idéias e práticas políticas no Rio Grande do Norte (1880-1995). Natal: EDUFRN, 2002. p. 260.

Considerando esse fragmento textual, analise duas características dos governos comandados pela oligarquia Albuquerque Maranhão no período político que se inicia em 1896.

E2. Em 1960, durante a campanha para Prefeito de Natal, o jornal Folha da Tarde publicou um manifesto assinado por vários sindicatos de trabalhadores, no qual declaravam:

NATALENSES:

A classe trabalhadora, através dos seus legítimos líderes, que subscrevem o presente manifesto, conclamam [sic] a todos para uma Frente Popular Nacionalista, com os nomes dos grandes brasileiros LOTT e DJALMA MARANHÃO.

O programa de lutas é o mesmo: não desertar dos legítimos interesses do Povo; um programa nacionalista em defesa dos interesses do Brasil. [...] Sem compromisso com políticos ou grupos econômicos. Compromissos somente com o povo.

Folha da Tarde. Natal, 27 jan.1960. p. 1.

Graças aos apoios obtidos, Djalma Maranhão foi eleito para a Prefeitura de Natal e assumiu o cargo, no dia 5 de novembro de 1960.

Considerando essa conjuntura,

A) explique uma prioridade adotada pela Prefeitura de Natal, entre novembro de 1960 e abril de 1964, em consonância com o fragmento textual citado;

B) explique as medidas adotadas pelo Regime Militar, que se implantou em 1964, diante das ações do governo Djalma Maranhão à frente da Prefeitura.

E3. A década de 1920 foi muito importante, porque representou um momento significativo de reflexão sobre nosso passado e nossa identidade histórica. Apesar do autoritarismo, o povo não assistiu passivamente à ação de seus governantes; não se entregou a uma apatia desmobilizante nem se submeteu à vontade quase imperial dos coronéis.

REZENDE, Antônio Paulo; DIDIER, Maria Thereza. Rumos da história. São Paulo: Atual, 2005. p. 495.

A partir desse fragmento textual,

A) cite e explique três elementos que caracterizam o poder político vigente, no Brasil, na década de 1920;

B) cite e explique duas manifestações sociais contrárias ao poder político vigente ocorridas nesse período.

 

E4. Vinícius de Moraes, inspirado em acontecimentos ocorridos em meados do século XX, escreveu o seguinte poema:

“Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas só não se esqueçam

Da rosa, da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor, sem perfume

Sem rosa, sem nada”.

MORAES, Vinícius de. Rosa de Hiroshima. Intérprete: Secos & Molhados. In: SECOS E MOLHADOS. Secos & molhados. São Paulo: Continental, p 1973. 1 CD. Faixa 9. (Série Dois Momentos).

Considerando o poema,

A) identifique o fato histórico que inspirou o poeta;

B) explique a relação desse acontecimento com o conflito internacional que ocorria naquele momento histórico;

C) analise dois efeitos ambientais provocados por esse acontecimento no local a que o poema faz referência.

Revisão UFRN 2011 – Parte 2 - Resolução das Discursivas

1. Os motivos que levaram Colombo a empreender a sua viagem evidenciam a complexidade da personagem. A principal força que o moveu nada tinha de moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a religião cristã em todas as partes do mundo. Graças às suas viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova cruzada.
(Adaptado de Tzvetan Todorov, “Viajantes e Indígenas”, em Eugenio Garin. O Homem Renascentista. Lisboa: Editorial Presença, 1991, p. 233.)
a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de Colombo?
b) O que foram as cruzadas na Idade Média?

Resolução:
a) Segundo o texto, o principal motivo foi religioso, ou seja, obter riqueza em sua viagem que lhe permitisse financiar uma nova cruzada contra os muçulmanos, portanto uma idéia medieval, ou seja, “nada tinha de moderna”.
b) Expedições militares dos cristãos europeus, que pretendiam retomar a Terra Santa, então nas mãos dos muçulmanos, e que envolveu diversos interesses, de reis, mercadores e da própria Igreja Católica Romana.

2. No quadro das revoltas ocorridas em Minas Gerais na primeira metade do século XVIII – entre 1707 e 1736 –, verificamos, em algumas delas, elementos de marcante originalidade, por contestarem abertamente os direitos do Rei e envolverem participação ativa de segmentos procedentes dos estratos sociais inferiores.
(Adaptado de Luciano Raposo de Almeida Figueiredo, “O Império em apuros: notas para o estudo das relações ultramarinas no Império Português, séculos XVII e XVIII”, em Júnia Furtado (org.). Diálogos oceânicos: Minas Gerais e as novas abordagens para uma história do Império Ultramarino Português. Belo Horizonte: UFMG, 2001, p. 236.)
a) Segundo o texto, quais eram as características originais apresentadas por algumas revoltas ocorridas na primeira metade do século XVIII?
b) Dê duas características da Inconfidência Mineira que a diferenciam das revoltas ocorridas na primeira metade do século XVIII.

Resolução:
a) duas características são consideradas originais, a contestação aos direitos do Rei e a participação de camadas inferiores.
b) As revoltas da primeira metade do século são denominadas nativistas, enquanto que a Inconfidência Mineira foi um movimento emancipacionista, ou seja, lutou pela Independência e foi organizada por setores elitizados.

3. No ano de 1808, entrou em vigor a proibição do tráfico negreiro, tanto nos Estados Unidos como no Império Britânico. No caso do Império Britânico, a proibição teria maior impacto em escala mundial. Enquanto isto, no Império Português, o porto do Rio de Janeiro continuaria a comprar escravos da zona congo-angolana em quantidade cada vez maior.
(Adaptado de João Paulo Pimenta & Andréa Slemian, A corte e o mundo. Uma história do ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil. São Paulo: Alameda, 2008, p. 82-83.)
a) Segundo o texto, quais as mudanças relativas ao tráfico negreiro ocorridas em 1808?
b) Quais eram os interesses do Império Britânico na proibição do tráfico negreiro na primeira metade do século XIX?

Resolução:
a) Segundo o texto, os Estados Unidos e a Inglaterra aboliram o tráfico de escravos para seus territórios, situação que causou impacto em nível mundial.
b) Destacam-se dois interesses principais, a difusão do trabalho livre na América que formaria um novo mercado consumidor e a manutenção da população africana em suas regiões de origem, áreas atingidas pelo neocolonialismo.

4. Uma vez terminada a Reconquista, o ímpeto espanhol encontrou na colonização americana o campo amplo onde aplicar sua energia; e nas cidades regulares do fim da Idade Média, como Granada, estava o esboço da grande tarefa urbanística hispano-americana, que encheu um continente de cidades traçadas com rigor geométrico muito superior ao da metrópole. (Adaptad o de Fernando Chueca Goitia, Breve História do Urbanismo. Lisboa: Editorial Presença, 1982, p. 99).

a) Segundo o texto, qual foi a grande tarefa urbanística hispano -americana?

b) Explique o que foi a Reconquista.

c) Indique duas edificações que caracter izavam a colonização ibérica no Novo Mundo.

Resolução:

a) Para responder esta questão, o candidato poderia utilizar parte do enunciado, observando que a tarefa urbanística foi formar cidades com rigor geométrico, em geral mais elaborado que na metrópole.

b) Para definição de Reconquista, poderia mencionar que esta é a denominação de uma guerra ocorrida na Península Ibérica entre os séculos XI e XV, na qual se enfrentaram reinos cristãos e muçulmanos, ou árabes, motivada pela disputa do domínio territorial da Península e também por questões religiosas.

c) Dentre as edificações da colonização ibérica no Novo Mundo, figuram igrejas, conventos, palácios da administração espanhola, cabildos, fortalezas, cadeias, portos, colégios católicos, universidades, casas de fundição e fazendas.

5. No turbilhão da primeira era industrial, o nacionalismo tornou-se o principal meio pelo qual o governo podia garantir a unidade da população. Conforme encorajado pelos Estados europeus, o nacionalismo implicava convencer a população de que ela devia sentir-se agressivamente orgulhosa do país em que vivia. Da metade do século XIX em diante, a febre nacionalista infiltrou-se em todas as formas culturais européias, afetando a educação, as artes e a literatura.

(Traduzido e adaptado de Paul Greenhalgh, Ephemeral Vistas: the Expositions Universelles, Great Exhibitions and World´s Fairs. Manchester: Manchester University Press, 1988, p. 112-3).

a) Caracterize a primeira era industrial, iniciada em fins do século XVIII.

b) A partir do texto, explique quais as características do nacionalismo?

c) De que forma o sentimento nacional foi expresso na literatura brasileira do mesmo período?

Resolução:

a) O estudante poderia apontar pelo menos três aspectos centrais como características da primeira era industrial que se desenvolveu especialmente na Inglaterra: o uso da tecnologia e a alteração das formas de produção, com a expansão da indústria têxtil, uso da energia a vapor, processo de substituição da manufatura; exploração dos trabalhadores com precárias condições de trabalho, incluindo a exploração do trabalho infantil; a busca de mercados consumidores especialmente nas colônias americanas.

b) Conforme indicado no enunciado, o nacionalismo era o principal meio para os Estados garantirem a unidade da população; caracterizava-se pela agressividade e orgulho pelo país em que se vivia e interferia em aspectos culturais como a educação, as artes e a literatura.

c)No Brasil, o sentimento nacional na literatura expressou-se, por exemplo, no romantismo (indianismo), quando valorizou-se o indígena e a natureza do país

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Revisão UFRN 2011 – Parte 2 (Discursivas)

1. Os motivos que levaram Colombo a empreender a sua viagem evidenciam a complexidade da personagem. A principal força que o moveu nada tinha de moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a religião cristã em todas as partes do mundo. Graças às suas viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova cruzada.
(Adaptado de Tzvetan Todorov, “Viajantes e Indígenas”, em Eugenio Garin. O Homem Renascentista. Lisboa: Editorial Presença, 1991, p. 233.)
a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de Colombo?
b) O que foram as cruzadas na Idade Média?

2. No quadro das revoltas ocorridas em Minas Gerais na primeira metade do século XVIII – entre 1707 e 1736 –, verificamos, em algumas delas, elementos de marcante originalidade, por contestarem abertamente os direitos do Rei e envolverem participação ativa de segmentos procedentes dos estratos sociais inferiores.
(Adaptado de Luciano Raposo de Almeida Figueiredo, “O Império em apuros: notas para o estudo das relações ultramarinas no Império Português, séculos XVII e XVIII”, em Júnia Furtado (org.). Diálogos oceânicos: Minas Gerais e as novas abordagens para uma história do Império Ultramarino Português. Belo Horizonte: UFMG, 2001, p. 236.)
a) Segundo o texto, quais eram as características originais apresentadas por algumas revoltas ocorridas na primeira metade do século XVIII?
b) Dê duas características da Inconfidência Mineira que a diferenciam das revoltas ocorridas na primeira metade do século XVIII.

3. No ano de 1808, entrou em vigor a proibição do tráfico negreiro, tanto nos Estados Unidos como no Império Britânico. No caso do Império Britânico, a proibição teria maior impacto em escala mundial. Enquanto isto, no Império Português, o porto do Rio de Janeiro continuaria a comprar escravos da zona congo-angolana em quantidade cada vez maior.
(Adaptado de João Paulo Pimenta & Andréa Slemian, A corte e o mundo. Uma história do ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil. São Paulo: Alameda, 2008, p. 82-83.)
a) Segundo o texto, quais as mudanças relativas ao tráfico negreiro ocorridas em 1808?
b) Quais eram os interesses do Império Britânico na proibição do tráfico negreiro na primeira metade do século XIX?

4. Uma vez terminada a Reconquista, o ímpeto espanhol encontrou na colonização americana o campo amplo onde aplicar sua energia; e nas cidades regulares do fim da Idade Média, como Granada, estava o esboço da grande tarefa urbanística hispano-americana, que encheu um continente de cidades traçadas com rigor geométrico muito superior ao da metrópole. (Adaptad o de Fernando Chueca Goitia, Breve História do Urbanismo. Lisboa: Editorial Presença, 1982, p. 99).

a) Segundo o texto, qual foi a grande tarefa urbanística hispano -americana?

b) Explique o que foi a Reconquista.

c) Indique duas edificações que caracter izavam a colonização ibérica no Novo Mundo.

5. No turbilhão da primeira era industrial, o nacionalismo tornou-se o principal meio pelo qual o governo podia garantir a unidade da população. Conforme encorajado pelos Estados europeus, o nacionalismo implicava convencer a população de que ela devia sentir-se agressivamente orgulhosa do país em que vivia. Da metade do século XIX em diante, a febre nacionalista infiltrou-se em todas as formas culturais européias, afetando a educação, as artes e a literatura.

(Traduzido e adaptado de Paul Greenhalgh, Ephemeral Vistas: the Expositions Universelles, Great Exhibitions and World´s Fairs. Manchester: Manchester University Press, 1988, p. 112-3).

a) Caracterize a primeira era industrial, iniciada em fins do século XVIII.

b) A partir do texto, explique quais as características do nacionalismo?

c) De que forma o sentimento nacional foi expresso na literatura brasileira do mesmo período?

OBS.: LEMBRANDO QUE A RESOLUÇÃO EU POSTO NO DIA SEGUINTE

Revisão UFRN 2011 – Parte 2 (Objetivas)

1. Meu avô francês foi feito prisioneiro pelos prussianos em 1870; meu pai alemão foi feito prisioneiro pelos franceses em 1918; eu, francês, fui feito prisioneiro pelos alemães em junho de 1940, e depois, recrutado à força pela Wehrmacht [exército alemão] em 1943, fui feito prisioneiro pelos russos em 1945.

(Memórias de um mineiro loreno.)

O texto configura a situação política de regiões européias marcadas

A) por disputas iniciadas no processo de unificação política da França.

B) pelo projeto do Estado francês de revidar a derrota imposta pela Rússia.

C) por lutas entre nações pelo domínio de regiões ricas em petróleo.

D) pela instabilidade e redefinições de fronteiras dos países europeus.

E) pela vitória francesa na guerra franco-prussiana no século XIX.

2. Esta Capitania [do Rio de Janeiro] tem um rio muito largo e fermoso; divide-se dentro em muitas partes, e quantas terras estão ao longo dele se podem aproveitar, assim para roças de mantimentos como para cana-de-açúcar e algodão (...) E por tempo hão de se fazer nelas grandes fazendas: e os que lá forem viver com esta esperança não se acharão enganados.

(Pêro de Magalhães Gândavo. História da Província de Santa Cruz ou Tratado da Terra do Brasil, 1576.)

O texto refere-se

A) ao projeto da administração portuguesa de transferir a capital da Colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.

B) à incompetência da elite econômica e política da metrópole portuguesa, que desconhece as possibilidades de crescimento econômico da Colônia.

C) ao perigo de fragmentação política da Colônia do Brasil, caso o território permaneça despovoado na sua faixa litorânea.

D) à necessidade de ocupação econômica da Colônia, tendo em vista a ameaça representada pela Inglaterra e pela Espanha.

E) ao vínculo entre o povoamento de regiões da Colônia do Brasil e as atividades econômicas de subsistência e de exportação

3. Considerando-se as reduções, ou missões, jesuítico-guaranis fundadas no início do século XVII, na América do Sul, é INCORRETO afirmar que

A) entraram em conflito com os encomenderos da América Espanhola e com os bandeirantes, que penetravam na região com o objetivo de aprisionar e escravizar os indígenas.

B) resistiram às pressões das Coroas Espanhola e Portuguesa e continuaram a existir até o fim do período colonial, tendo sido destruídas por ocasião dos movimentos de independência.

C) se estabeleceram na região platina, em áreas fronteiriças dos Impérios Espanhol e Português, que correspondem, atualmente, a territórios do Paraguai, do nordeste da Argentina e do sul do Brasil.

D) tinham por objetivo a cristianização dos índios guaranis, que foram concentrados em comunidades aldeãs, administradas pelos jesuítas, sob rígida organização e disciplina de trabalho.

4. O ano de 1848 ficou célebre em razão da onda de revoluções que varreu, então, a Europa evento denominado Primavera dos Povos. O objetivo maior dos revolucionários de toda parte era alcançar a liberdade e combater a opressão; em algumas regiões, porém, as palavras de ordem reivindicavam, também, o fim do jugo estrangeiro, ou seja, demandavam autonomia para as nações.

Considerando-se os eventos ocorridos em 1848 e suas conseqüências, é CORRETO afirmar que,

A) na Alemanha, se instalou, com sucesso, uma República parlamentar, que aboliu as instituições imperiais e consolidou a unidade do país.

B) na França, se proclamou, outra vez, a República, mas Luís Napoleão Bonaparte, o Presidente eleito, instituiu, por meio de um golpe, o II Império.

C) na Inglaterra, uma série de greves gerais colocou em xeque a Monarquia, que precisou recorrer à Lei Marcial para recobrar a ordem.

D) na Rússia, os revolucionários ocuparam o poder durante alguns meses, o que provocou reação sangrenta e guerra civil.

5. O Reinado de D. Pedro II foi marcado por ações que demonstravam o interesse da Monarquia em estimular o crescimento intelectual da nação.

Considerando-se essa informação e outros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que, entre as principais ações nesse sentido, se destaca

A) a criação de instituições de ensino – como a Escola de Minas de Ouro Preto, que, embora voltada à formação das elites, cumpriu importante função na pesquisa e na prospecção de minerais.

B) a fundação do Museu da Inconfidência – um museu-escola –, que representou um ato de reparação aos mineiros pela perda, no processo de devassa da Inconfidência Mineira, de seus ilustres intelectuais.

C) o financiamento da vinda da Missão Artística Francesa, que se propôs estimular e ensinar as mais diversas formas de expressão artística a artistas brasileiros.

D) o resgate e proteção do Barroco Mineiro – e, conseqüentemente, de Aleijadinho, seu principal representante – como forma de valorização da produção cultural brasileira.

6. Ironizando a vida política brasileira no Segundo Império, o escritor Machado de Assis, no dia 1º de dezembro de 1861, escreveu no Diário do Rio de Janeiro:

O que há de política? É a pergunta que naturalmente ocorre a todos, e a que me fará o meu leitor, se não é ministro. O silêncio é a resposta. Não há nada, absolutamente nada. A tela da atualidade política é uma paisagem uniforme; nada a perturba, nada a modifica. Dissera-se um país onde o povo só sabe que existe politicamente quando ouve o fisco bater-lhe à porta.

Apud ALENCAR, Francisco et al. História da sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985. p. 151.

O texto de Machado de Assis se refere à

A) opressão exercida contra a população brasileira, com a cobrança de impostos destinados à manutenção de uma corte dispendiosa.

B) censura que vigorou no período imperial, decorrente da forma autoritária como o Imperador conduzia os destinos do país.

C) permanência das elites no poder, garantida pela convergência de interesses entre os partidos liberal e conservador.

D) indiferença da classe política brasileira pelos problemas relacionados à administração do Estado.

7. O poema que, posteriormente, transformou-se no Hino da Proclamação da República foi composto por Joaquim Medeiros de Albuquerque e divulgado pela primeira vez em 26 de novembro de 1889, no jornal Diário do Comércio, do Rio de Janeiro. Os versos a seguir fazem parte desse hino e expressam a concepção de intelectuais brasileiros do final do século XIX e início do século XX acerca do futuro da nação:

Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós,

Das lutas na tempestade

Dá que ouçamos tua voz

Nós nem cremos que escravos outrora

Tenha havido em tão nobre País...

Hoje o rubro lampejo da aurora

Acha irmãos, não tiranos hostis.

Somos todos iguais! Ao futuro

Saberemos, unidos, levar

Nosso augusto estandarte que, puro,

Brilha, ovante, da Pátria no altar!

Uma das idéias da intelectualidade brasileira no período, sintetizada nesses versos, é que

A) a igualdade entre as diversas etnias seria conquistada pelas minorias exploradas por meio das lutas contra a discriminação social.

B) a crueldade da escravidão negra deveria ser enfatizada na memória nacional a fim de estimular o respeito das futuras gerações às diferenças étnicas.

C) a preservação dos traços de todas as etnias que compuseram o povo brasileiro permitiria a formação de uma nação democrática.

D) a base para a construção de um Brasil grandioso estaria no fato de não haver diferenças sociais entre os grupos étnicos.

8. A política expansionista dos árabes, durante os séculos VII e VIII d. C., possibilitou-lhes o contato cultural com diferentes civilizações. Com relação ao tratamento dado a essas civilizações, os árabes

A) estimulavam, nos territórios dominados, a diversificação dos costumes por meio da religião.

B) controlavam hábitos culturais e práticas religiosas dos povos de todas as regiões conquistadas.

C) respeitavam costumes e crenças das nações dominadas, permitindo-lhes manter sua identidade cultural.

D) promoviam intensa assimilação entre os povos dominados, por meio da cultura e da religião.

9. José de Anchieta, missionário jesuíta, veio da Europa, no século XVI, com o objetivo de evangelizar as populações indígenas no Brasil. Acerca dos índios, assim ele escreveu:

Pouco se pode obter deles se a força do braço secular não acudir para domá-los. Para esse gênero de gente não há melhor pregação do que a espada e a vara de ferro.

Apud COTRIM, Gilberto. História e consciência do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 28.

O depoimento citado expressa idéias que serviram de base para o (a)

A) projeto de manutenção da cultura dos povos nativos levado a cabo pela Companhia de Jesus, apesar do conflito com as autoridades coloniais.

B) tratamento dado pelos portugueses aos povos nativos, proibindo sua escravização em todo o território da colônia e importando africanos para a lavoura açucareira.

C) política da Coroa portuguesa, que reunia os nativos nas reduções ou aldeamentos, onde ficavam a salvo dos ataques dos colonos interessados em sua escravização.

D) conquista dos povos nativos, impondo-lhes o idioma, a religião, o direito e o modelo econômico e político dominante entre os europeus.

10. A definição de um território nacional é uma construção histórica. Os limites que deram a configuração atual do território brasileiro deveram-se principalmente à

A) penetração da colonização portuguesa na bacia do Rio São Francisco, que era território dos espanhóis, onde se estabeleciam os currais de gado.

B) celebração do Tratado de Tordesilhas, o qual definiu um meridiano para dividir as terras do continente americano entre os espanhóis e os portugueses.

C) assinatura do Tratado de Madri, que atendeu às reivindicações dos portugueses em relação à Bacia Amazônica e concedeu-lhes os Sete Povos das Missões.

D) vitória dos espanhóis nas Guerras Guaraníticas, o que obrigou os portugueses a lhes entregar o território da Província Cisplatina.

GABARITO

1. D / 2.E / 3. B / 4. B / 5. A / 6. C / 7. D / 8.C / 9. D / 10. C

Revisão UFRN 2011 – Parte 1 - Resolução das Discursivas

Bem como prometido estou lhes trazendo a resolução da questões de forma resumida por uma questão de tempo.

1. Após a tomada e o saque de Roma pelos visigodos, em 410, pagãos e cristãos interrogaram-se sobre as causas do acontecimento. Para os pagãos, a resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o abandono da religião de Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus pecados.

(Adaptado de Jacques Le Goff, “Decadência”, em História e Memória. Campinas, Ed. da Unicamp, 1990, p. 382-385.)

a) Identifique no texto duas visões opostas sobre a queda de Roma.

b) Entre o surgimento do cristianismo e a queda de Roma, que mudanças ocorreram na relação do Império Romano com a religião cristã?

Respostas:

a) O texto menciona duas visões opostas sobre a queda de Roma: para os pagãos, ela teria sido causada pelo abandono da religião romana, em virtude da disseminação dos maus princípios cristãos; para os cristãos, a causa se encontraria nos costumes dos romanos, que eram dissolutos, preguiçosos e luxuriosos.

b) Poderiam ser apontados três diferentes momentos na relação entre o Império Romano e a religião cristã: no início temos, um período em que os cristãos eram perseguidos; após o Edito de Milão (313), o Império concede liberdade de culto; finalmente, com o Edito de Tessalônica (391), o cristianismo torna-se religião oficial do Império.

2. A base da teologia de Martinho Lutero reside na idéia da completa indignidade do homem, cujas vontades estão sempre escravizadas ao pecado. A vontade de Deus permanece sempre eterna e insondável e o homem jamais pode esperar salvar-se por seus próprios esforços. Para Lutero, alguns homens estão predestinados à salvação e outros à condenação eterna. O essencial de sua doutrina é que a salvação se dá pela fé na justiça, graça e misericórdia divinas.

(Adaptado de Quentin Skinner, As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 288-290.)

a) Segundo o texto, quais eram as idéias de Lutero sobre a salvação?

b) Quais foram as reações da Igreja Católica à Reforma Protestante?

Respostas:

a) O aluno deveria perceber, a partir da leitura do texto, que, para Lutero, o homem não pode salvar-se por seus próprios esforços, mas pela fé na justiça divina. Lutero acreditava também na predestinação, isto é, alguns homens estariam predestinados à salvação e outros à condenação eterna.

b) Poderiam ser mencionados vários aspectos da Contra-Reforma, entre eles a fundação de ordens religiosas, como a Companhia de Jesus, a elaboração de um Índice dos Livros Proibidos e a criação de seminários.

3. Em 1478, o Papa Sisto IV assinou uma bula, através da qual fundou uma nova Inquisição na Espanha. Redigida como resposta às petições dos Reis católicos, essa bula atribuía a difusão das crenças e dos ritos judaicos entre cristãos-novos de Castela e Aragão à tolerância dos bispos e autorizava os reis a nomear três inquisidores para cada uma das cidades ou dioceses dos reinos. Esse poder concedido aos príncipes era até então reservado ao Papa.

(Adaptado de Francisco Bethencourt, História das Inquisições. Portugal, Espanha e Itália. Lisboa: Círculo de Leitores, 1994, p. 17.)

a) A partir do texto, identifique os aspectos que definem a novidade da Inquisição fundada pelo papa Sisto IV.

b) Quais as mudanças vividas pelos judeus na Espanha entre os séculos XV e XVI?

Respostas:

a) Como se vê a partir do texto, a bula do papa Sisto IV dava ao rei da Espanha autonomia para nomear os inquisidores, poder que até então era exclusivo dos papas. Poderia também ser notado no texto que a nova Inquisição, fundada na Espanha, voltava-se especificamente contra a difusão das heresias judaizantes entre os cristãos-novos, atribuída à tolerância dos bispos.

b) Entre os séculos XV e XVI, os judeus passaram a ser perseguidos pela coroa espanhola; foram forçados à conversão e aqueles que não a aceitaram tiveram seus bens confiscados e foram por fim expulsos do país.

4. No contexto das invasões bárbaras do século X, os bispos da província de Reims registraram:

“Só há cidades despovoadas, mosteiros em ruínas ou incendiados, campos reduzidos ao abandono. Por toda parte, os homens são semelhantes aos peixes do mar que se devoram uns aos outros.”

Naquele tempo, as pessoas tinham a sensação de viver numa odiosa atmosfera de desordens e de violência. O feudalismo medieval nasceu no seio de uma época conturbada. Em certa medida, nasceu dessas mesmas perturbações. (Adaptado de Marc Bloch, A sociedade feudal. Lisboa: Edições 70, 1982, p. 19.)

a) Estabeleça as relações entre as invasões bárbaras e o surgimento do feudalismo.

b) Identifique duas instituições romanas que contribuíram para a formação do feudalismo na Europa medieval. Explique o significado de uma delas.

Respostas:

a) Para estabelecer as relações entre as invasões bárbaras e o surgimento do feudalismo, o candidato poderia partir das informações que lhe foram fornecidas pelo enunciado, e que relacionam o surgimento do feudalismo à desordem e à violência da época, para chegar à explicação daquele processo. Nesse sentido, poderia mencionar, por exemplo, o êxodo urbano e a ruralização da sociedade, a descentralização e a fragmentação do poder político, o fortalecimento dos laços de dependência pessoal ou a privatização da defesa militar como traços da sociedade feudal que se relacionam com as invasões da Alta Idade Média.

b) Essa pergunta requer do candidato a percepção do feudalismo como um processo histórico, na medida em que a questão enfatiza o que permanece do Império Romano na formação do sistema feudal na Europa medieval. Dentre as instituições do período romano que contribuíram para a formação do feudalismo, são exemplos: as vilas (grandes propriedades rurais auto-suficientes), o colonato (sistema de trabalho que criava uma relação de dependência entre um trabalhador e um senhor de terras), a Igreja (responsável pela preservação e transmissão de parte da cultura romana aos novos reinos germânicos).

5. Uma vez terminada a Reconquista, o ímpeto espanhol encontrou na colonização americana o campo amplo onde aplicar sua energia; e nas cidades regulares do fim da Idade Média, como Granada, estava o esboço da grande tarefa urbanística hispano-americana, que encheu um continente de cidades traçadas com rigor geométrico muito superior ao da metrópole. (Adaptado de Fernando Chueca Goitia, Breve História do Ur-banismo. Lisboa: Editorial Presença, 1982, p. 99).

a) Segundo o texto, qual foi a grande tarefa urbanística hispano-americana?

b) Explique o que foi a Reconquista.

c) Indique duas edificações que caracterizavam a colonização ibérica no Novo Mundo.

Respostas:

a) Para responder esta questão, o candidato poderia utilizar parte do enunciado, observando que a tarefa urbanística foi formar cidades com rigor geométrico, em geral mais elaborado que na metrópole.

b) Para definição de Reconquista, poderia mencionar que esta é a denominação de uma guerra ocorrida na Península Ibérica entre os séculos XI e XV, na qual se enfrentaram reinos cristãos e muçulmanos, ou árabes, motivada pela disputa do domínio territorial da Península e também por questões religiosas.

c) Dentre as edificações da colonização ibérica no Novo Mundo, figuram igrejas, conventos, palácios da administração espanhola, cabildos, fortalezas, cadeias, portos, colégios católicos, universidades, casas de fundição e fazendas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Revisão UFRN 2011 – Parte 1 (Discursivas)

Para quem vai fazer para área de Humanas ou Arquitetura.

1. Após a tomada e o saque de Roma pelos visigodos, em 410, pagãos e cristãos interrogaram-se sobre as causas do acontecimento. Para os pagãos, a resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o abandono da religião de Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus pecados.

(Adaptado de Jacques Le Goff, “Decadência”, em História e Memória. Campinas, Ed. da Unicamp, 1990, p. 382-385.)

a) Identifique no texto duas visões opostas sobre a queda de Roma.

b) Entre o surgimento do cristianismo e a queda de Roma, que mudanças ocorreram na relação do Império Romano com a religião cristã?

2. A base da teologia de Martinho Lutero reside na idéia da completa indignidade do homem, cujas vontades estão sempre escravizadas ao pecado. A vontade de Deus permanece sempre eterna e insondável e o homem jamais pode esperar salvar-se por seus próprios esforços. Para Lutero, alguns homens estão predestinados à salvação e outros à condenação eterna. O essencial de sua doutrina é que a salvação se dá pela fé na justiça, graça e misericórdia divinas.

(Adaptado de Quentin Skinner, As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 288-290.)

a) Segundo o texto, quais eram as idéias de Lutero sobre a salvação?

b) Quais foram as reações da Igreja Católica à Reforma Protestante?

3. Em 1478, o Papa Sisto IV assinou uma bula, através da qual fundou uma nova Inquisição na Espanha. Redigida como resposta às petições dos Reis católicos, essa bula atribuía a difusão das crenças e dos ritos judaicos entre cristãos-novos de Castela e Aragão à tolerância dos bispos e autorizava os reis a nomear três inquisidores para cada uma das cidades ou dioceses dos reinos. Esse poder concedido aos príncipes era até então reservado ao Papa.

(Adaptado de Francisco Bethencourt, História das Inquisições. Portugal, Espanha e Itália. Lisboa: Círculo de Leitores, 1994, p. 17.)

a) A partir do texto, identifique os aspectos que definem a novidade da Inquisição fundada pelo papa Sisto IV.

b) Quais as mudanças vividas pelos judeus na Espanha entre os séculos XV e XVI?

4. No contexto das invasões bárbaras do século X, os bispos da província de Reims registraram:

“Só há cidades despovoadas, mosteiros em ruínas ou incendiados, campos reduzidos ao abandono. Por toda parte, os homens são semelhantes aos peixes do mar que se devoram uns aos outros.”

Naquele tempo, as pessoas tinham a sensação de viver numa odiosa atmosfera de desordens e de violência. O feudalismo medieval nasceu no seio de uma época conturbada. Em certa medida, nasceu dessas mesmas perturbações. (Adaptado de Marc Bloch, A sociedade feudal. Lisboa: Edições 70, 1982, p. 19.)

a) Estabeleça as relações entre as invasões bárbaras e o surgimento do feudalismo.

b) Identifique duas instituições romanas que contribuíram para a formação do feudalismo na Europa medieval. Explique o significado de uma delas.

5. Uma vez terminada a Reconquista, o ímpeto espanhol encontrou na colonização americana o campo amplo onde aplicar sua energia; e nas cidades regulares do fim da Idade Média, como Granada, estava o esboço da grande tarefa urbanística hispano-americana, que encheu um continente de cidades traçadas com rigor geométrico muito superior ao da metrópole. (Adaptado de Fernando Chueca Goitia, Breve História do Ur-banismo. Lisboa: Editorial Presença, 1982, p. 99).

a) Segundo o texto, qual foi a grande tarefa urbanística hispano-americana?

b) Explique o que foi a Reconquista.

c) Indique duas edificações que caracterizavam a colonização ibérica no Novo Mundo.

OBS: As respostas das questões discursivas serão colocadas amanhã.

Revisão UFRN 2011 – Parte 1 (Objetivas)

Ta chegando o vestibular da UFRN 2011, só 1 semana, agora é hora de desacelerar e relaxar. Por isso preparei algumas questões dos mais variados assuntos pra relembrar temas mais importantes com o intuito de ajudar você meu querido leitor. Então vamos deixar de blá blá blá e vamos ao trabalho. Dividi em 3 partes hoje (terça, 23) amanhã (quarta, 24) e quinta (25) com 15 questões cada dia. Então vamos começar.

1. É preciso dizer que, com a superioridade excessiva que proporcionam a força, a riqueza, [...] [os muito ricos] não sabem e nem mesmo querem obedecer aos magistrados [...] Ao contrário, aqueles que vivem em extrema penúria desses benefícios tornam-se demasiados humildes e rasteiros. Disso resulta que uns, incapazes de mandar, só sabem mostrar uma obediência servil e que outros, incapazes de se submeter a qualquer poder legítimo, só sabem exercer uma autoridade despótica.
(Aristóteles, A Política.)
Segundo Aristóteles (384-322 a.C.), que viveu em Atenas e em outras cidades gregas, o bom exercício do poder político pressupõe
(A) o confronto social entre ricos e pobres.
(B) a coragem e a bondade dos cidadãos.
(C) uma eficiente organização militar do Estado.
(D) a atenuação das desigualdades entre cidadãos.
(E) um pequeno número de habitantes na cidade.

2. As caravanas do Sudão ou do Niger trazem regularmente a
Marrocos, a Tunes, sobretudo aos Montes da Barca ou ao Cairo,
milhares de escravos negros arrancados aos países da África
tropical (...) os mercadores mouros organizam terríveis razias,
que despovoaram regiões inteiras do interior. Este tráfico mu-
çulmano dos negros de África, prosseguindo durante séculos e
em certos casos até os mais recentes, desempenhou sem dúvida
um papel primordial no despovoamento antigo da África.
(Jacques Heers, O trabalho na Idade Média.)
O texto descreve um episódio da história dos muçulmanos
na Idade Média, quando
(A) Maomé começou a pregar a Guerra Santa no Cairo como
condição para a expansão da religião de Alá, que garantia
aos guerreiros uma vida celestial de pura espiritualidade.
(B) atuaram  no tráfico de escravos negros, dominaram a
África do Norte, atravessaram o estreito de Gibraltar e
invadiram a Península Ibérica.
(C) a expansão árabe foi propiciada pelos lucros do comércio
de escravos, que visava abastecer com mão-de-obra negra
as regiões da Península Ibérica.
(D) os reinos árabes floresceram no sul do continente afri-
cano, nas regiões de florestas tropicais, berço do mono-
teísmo islâmico.
(E) os árabes ultrapassaram os Pirineus e mantiveram o do-
mínio sobre o reino Franco, até o final da Idade Média
ocidental.

3. No século XVI, nas palavras de um estudioso, “reformar a
Igreja significava reformar o mundo, porque a Igreja era o
mundo”. Tendo em vista essa afirmação, é correto afirmar
que
(A) os principais reformadores, como Lutero, não se envol-
veram nos desdobramentos políticos e socioeconômicos
de suas doutrinas.
(B) o papado, por estar consciente dos desdobramentos da
reforma, recusou-se a iniciá-la, até ser a isso obrigado
por Calvino.
(C) a burguesia, ao contrário da nobreza e dos príncipes, ade-
riu à reforma, para se apoderar das riquezas da Igreja.
(D) os cristãos que aderiram à reforma estavam preocupados
somente com os benefícios materiais que dela advi-
riam.
(E) o aparecimento dos anabatistas e outros grupos radicais
são a prova de que a reforma extrapolou o campo da
religião.

4. O culto de imagens de pessoas divinas, mártires e santos foi
motivo de seguidas controvérsias na história do cristianismo.
Nos séculos VIII e IX, o Império bizantino foi sacudido por
violento movimento de destruição de imagens, denominado
“querela dos iconoclastas”. A questão iconoclasta
(A) derivou da oposição do cristianismo primitivo ao culto
que as religiões pagãs greco-romanas devotavam às
representações plásticas de seus deuses.
(B) foi pouco importante para a história do cristianismo na
Europa ocidental, considerando a crença dos fiéis nos
poderes das estátuas.
(C) produziu um movimento de renovação do cristianismo
empreendido pelas ordens mendicantes dominicanas e
franciscanas.
(D)  deixou as igrejas católicas renascentistas e barrocas
desprovidas de decoração e de ostentação de riquezas.
(E) inviabilizou a conversão para o cristianismo das multi-
dões supersticiosas e incultas da Idade Média européia.

5. O crescimento das cidades é um fenômeno da Europa Ocidental a partir do século XI. Tratando sobre a questão, Pierre Vilar afirma: 
As cidades dependiam dos senhores. Mas elas foram mais fortes  que as aldeias para discutir com seus amos, rebelarem-se,  obter ou impor “cartas de franquias”. Coletivamente, continuavam Vinculadas ao sistema feudal (...). Mas em seu território, e sobretudo no recinto dentro da muralha, os habitantes eram livres e participavam da organização coletiva. 
VILAR, Pierre. Do feudalismo ao capitalismo. 4. ed. São Paulo: Contexto, 1992. p. 39.  
Refletindo sobre essa afirmação, pode-se concluir que
A) os moradores das cidades gozavam de significativa autonomia, mesmo submetidos à autoridade dos senhores, que lhes cobravam taxas.
B) os camponeses das aldeias medievais impuseram aos senhores feudais um documento que garantia autonomia política à comunidade.
C) os habitantes das cidades libertaram-se de inúmeras obrigações, entre elas a de participar das corporações de ofício.
D) as populações urbanas eram isoladas por muralhas que as impediam de estabelecer relações socioeconômicas com o mundo feudal.

6. No ano de 786, Carlos Magno afirmou:
A nossa função é, segundo o auxílio da divina piedade, (...) defender com as armas e em todas as partes a Santa Igreja  de Cristo dos ataques dos pagãos e da devastação dos infiéis.
PINSKY, Jaime (Org.). O modo de produção feudal . 2. ed. São Paulo: Global, 1982. p. 101.
  
O fragmento acima expressa a orientação política do Império Carolíngio no governo de Carlos Magno. O objetivo dessa política pode ser definido como um(a)
A) esforço para estabelecer uma aliança entre os carolíngios e a Igreja bizantina para fazer frente ao crescente poderio papal.
B) intenção de anexar a Península Ibérica aos domínios do papado, com a finalidade de impedir o avanço árabe.
C) desejo de subordinar os domínios bizantinos à dinastia carolíngia, no intuito de implantar uma teocracia centralizada no Imperador.
D) tentativa de restaurar o Império Romano, com vistas a promover a união da cristandade da Europa Ocidental.

7. Durante a Idade Média, a Igreja influenciou profundamente o pensamento da Europa Ocidental. Nesse sentido, MOTA e BRAICK analisam:
O clero sempre procurou transformar os temores do mundo em receios da vida eterna. O peso da violência, o medo do sexo e da morte, eis alguns ingredientes do período capazes de criar nos indivíduos uma culpa surda e servir de obstáculo à felicidade dos homens. O medo do inferno se revelava mais forte que a crença na salvação: afinal, os diabos são seres terríveis, sempre à espreita. Contra eles a Igreja apresentou protetores capazes de neutralizar os projetos dos demônios e ao mesmo tempo de ajudar as pessoas no seu dia-a-dia.
Adaptado de: MOTA, Myriam Becho; BRAICK, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 1997. p. 69.
 
A leitura do fragmento nos conduz a afirmar que na Idade Média
A) os homens e as mulheres, em sua grande maioria, eram contrários à noção de felicidade imposta pela liderança da Igreja, mas a aceitavam com medo das punições.
B) a igreja católica pregava que para atingir a vida eterna era necessário trabalhar arduamente e acumular riqueza, sinal da bênção divina.
C) o clero pretendia unificar todas as religiões, enfraquecendo o poder do demônio e ajudando as pessoas a conquistarem a salvação eterna.
D) a Igreja concebeu a existência de santos e anjos para frustrar os projetos do diabo, tais como a doença, a esterilidade da terra e dos rebanhos e as catástrofes naturais.

8. O historiador  Will Durant, tratando da Idade Média oriental, escreveu sobre as narrativas islâmicas: 
Os contos eram tão velhos como o Islã ou Adão. Os muçulmanos mais simples ouviam-nos com o ardor e o apetite de crianças. As mais populares dessas histórias eram Fábulas de Bidpai e As mil e uma noites. As Fábulas foram levadas da Índia para a Pérsia no século VI, traduzidas para o pálavi e deste para o árabe, no século VIII. O original sânscrito perdeu-se, mas a versão árabe sobreviveu e foi traduzida para 40 línguas.O plano d´As Mil e Uma Noites era o mesmo do Noites Árabes; tal estrutura para uma série de histórias
já era velha na Índia. Grande número dessas histórias circulou no mundo oriental. E crianças de todas as nações e idades começaram a falar de Simbad, o Marujo, da Lâmpada de Aladim e de Ali Babá e os Quarenta Ladrões. Depois da Bíblia (também oriental), as Fábulas e As Mil e Uma Noites são os livros mais lidos no mundo. 
Adaptado de DURANT, Will.  A idade da fé. Rio de Janeiro: Record, [s.d.]. p. 237. (A História da Civilização, 4). 
Analisando o texto acima  e considerando a situação do Oriente Médio no período medieval, podemos afirmar que a literatura árabe foi
A) originada de intercâmbios dos povos árabes com outros povos do mundo oriental, semelhante ao que ocorreu com a religião.
B) difundida entre diversos povos por meio da linguagem oral, ganhando forma escrita a partir da ascensão de Maomé.
C) inspirada em temas sagrados, fruto da imposição dos líderes religiosos ligados à ortodoxia muçulmana.
D) censurada, sendo sua leitura proibida nas escolas dos países que caíram sob o domínio do islamismo.

9. O trecho abaixo, escrito pelo historiador Jacques Le Goff, trata do movimento encabeçado por Francisco de Assis, na primeira metade do século XIII.
A intransigente vontade de praticar um Evangelho integral [...], o desejo de fazer reinar entre os Menores uma igualdade quase absoluta [...] a paixão da miséria levada  até à manifestação exterior do nudismo que Francisco e seus irmãos praticaram à semelhança dos adamitas, o lugar dado aos leigos, tudo isso parecia perigoso, quase suspeito, à cúria romana. 
LE GOFF, Jacques. São Francisco de Assis.   Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 111.
 
A respeito da relação desse movimento com a Igreja Católica, é correto afirmar que o franciscanismo  
A) realizava a livre interpretação da Bíblia, recusando a doutrina professada pela Igreja Católica.
B) pregava o retorno aos ideais propagados por Cristo, reagindo às ambições de riqueza e poder da Igreja Católica. 
C) apoiava as seitas heréticas, contestando a autoridade  do papa como líder da Igreja Católica.
D) condenava a hierarquia eclesiástica, pregando a igualdade entre os fiéis e os clérigos da Igreja Católica. 

10. Acerca de Alexandre Magno (356-323 a. C.), o historiador inglês Arnold Toynbee comenta:
Alexandre viveu o bastante para superar a estreita concepção de uma ascendência helênica sobre os não-helenos, em favor de um ideal maior da fraternidade da humanidade. Em seu contacto com os persas, reconheceu  e admirou todas as virtudes que lhes permitiram governar uma parte do mundo por mais de duzentos anos, e passou a sonhar com um mundo governado em conjunto por persas e helenos. 
TOYNBEE, Arnold J. Helenismo: história de uma civilização. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. p. 118.

Analisando-se a evolução histórica do período, pode-se afirmar que, em parte, o ideal de Alexandre realizou-se na medida em que suas conquistas
A)  estimularam a retomada do despotismo oriental, que se somou às conquistas de liberdade e direitos que fundamentaram a democracia grega.
B)  favoreceram a fusão entre as culturas dos povos asiáticos dominados e os valores gregos, originando a cultura helenística.
C)  possibilitaram o domínio das províncias asiáticas pelos romanos, que difundiram a cultura helenística em toda a Europa ocidental.
D)  expandiram os direitos de cidadania a todos os súditos, adotando a autonomia e as liberdades gregas como modelo de administração do Império.

GABARITO

1 – D / 2 – B / 3 – E / 4 – A / 5 – A / 6 – D / 7 – D /8 – A /9 – B /10 – B

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Pois é Dilma ganhou…

É parece que Dilma foi mesmo eleita, apesar de eu não estar de acordo mas o que vale é a voz da maioria. Sinceramente não sei o que esperar, não sei se vem coisa boa nem sei se vem coisa ruim só sei que as coisas vão mudar.

Eu li essa semana no site da BBC e eu li duas frase que achei muito interessante um dizia o seguinte: "É lastimável! Como é ridícula a situação em que o BR se encontra. Na verdade, nenhum dos dois candidatos seria uma maravilha para o BR" e a outra "Estamos dando o futuro do nosso de nosso país a uma mulher que tem muito pouca experiência política. Agora é esperar.” E eu percebi que de fato não a mais nada a fazer a não ser esperar pra o que vai acontecer o mais interessante é que o Brasil nunca elegeu o presidente com tão pouca experiência política agora só nos resta saber se isso vai ser bom ou ruim.

Mas o que me deixa mais indignado não o fato dela ter sido eleita mas os motivos pelo qual ela foi eleita: “porque eu acho que ela vai continuar os projetos de Lula”, “porque por ela ser mulher ela merece essa chance” e mais um monte de baboseiras que eu ouvi nos  últimos meses. Em 1º lugar que explicação socio politica dos “infernos” é essa que define que por ela ser mulher ela vai ser uma ótima presidenta é uma ideia sem qualquer fundamento pelo amor de Deus, em 2º lugar quem garante que ela vai manter os projetos de Lula quem foi que disse isso pai Xangô e mãe Jurema porque só com bola de cristal que alguem vai prever isso e olhe lá. 3º desde quando que o governo de Lula foi uma maravilha, e as pessoas falam como se ele fosse o melhor presidente de todos os tempos, por acaso esse povo que acha que o Governo de Lula é o “sonho americano” já precisou ir em algum hospital público para ver o estado de calamidade que ele se encontra ou já andou nas estradas federais do Brasil que são as “piores do mundo” ou é funcionário público federal que o aumento salarial em 8 anos não passa do 4%. Por favor vamos para de falar o que agente num sabe pra não começar a falar besteira.

Mas já que a “merda” (ou não) ta feita agora só nos resta esperar pra ver o que vai acontecer e como já foi dito nenhum dos dois candidatos seria uma maravilha para o Brasil. Mas acho que algumas coisas boas podemos tirar dessa eleição (falando do ponto de vista histórico).

1 – Primeira mulher eleita presidente do BR

2 – O maior numero de eleitores da história cerca de 130 milhões

3 – Por outro lado foi também o maior numero de abstenções quase 30 milhões no 2º turno.

4 – Primeira vez que um presidente elege um sucessor.

É de fato foram grandes acontecimentos. Quanto a questão da pré eleição vimos mais uma vez que o povo continua sendo enganado e agente continua engolindo sapo. Foi vivível para alguns o quanto a pesquisa eleitoral e tendenciosa (o engraçado é que todo dia tinha uma pesquisa nova esse povo num faz mais nada na vida é), o quanto a globo é tendenciosa como sempre, as lutas de boxe … quer dizer os debates foram uma “merda” e o uso da maquina pública pra fazer propaganda foi absurdo a começar pelo nosso “querido” presidente. E umas das coisas mais absurdas dessa eleição foi a volta da censura no Brasil quando o comediantes foram proibidos de fazer piada, e como disse Bruno Mazzeo é como se em época de copa do mundo não pudesse fazer piada de futebol, mas ainda bem que durou pouco graças ao ministro do STF, Carlos Ayres Britto, que suspendeu parte da legislação… aonde vamos parar.

Em fim é isso ai esperaremos paciente até porque não temos outra opção. Vige como ficou grande, acho que era a saudade de escrever. Obrigado pela atenção e não deixem de comentar.

Bjuss e Abraços. Xauxixa.

Sueltom Sombra   

Bem Eu Estou de Volta e com Todo Gás…

Bom eu passei bastante tempo longe devido a alguns problemas com tempo pois passei um período trabalhando muito e e estudando muito Universidade, Estudar até por que dar aula é muito difícil  então eu tenho que estudar muito isso me tomou muito tempo e por isso parei de escrever, mas decidi que vou voltar.

E vou voltar não só a escrever como antes e das coisas de antes resolvi fazer coisas novas como: Vídeos, PodCast e muitas outras coisas dos diversos temas então por esse motivo voltem a ler e passar por aqui vou procurar toda semana colocar algo novo seja um vídeo ou um texto, mas sempre terá algo novo e peço que deem opiniões sobre coisas novas e etc.

Grato a todos fiquem comigo sempre acompanhando e podem conta comigo no que precisar.

Bjusss. Xauxixa…

Sueltom Sombra